Preços dos cortes bovinos deverão ficar estáveis no 1º trimestre de 2022

De acordo com a Associação Paulista de Supermercados (APAS), neste primeiro semestre, enquanto os preços dos cortes de frango continuarão em alta, os cortes bovinos deverão ficar estáveis. Entretanto, os suínos registrarão queda.

Segundo a APAS, os custos de produção dos cortes bovinos estão estáveis devido à acomodação dos preços da soja e do milho que estão mais equilibrados. A associação afirma que, “essas commodities são usadas na produção da ração dos animais. A alimentação representa 70% das despesas de criação do gado”.

No ano passado, o rebanho brasileiro registrou um recorde histórico, totalizando 221 milhões de cabeças. Entretanto, devido a fatores como a suspensão da importação de carne bovina pela China e o boicote de países europeus às importações de proteína animal, que levaram à redução do abate de animais, a inflação acumulada da cesta de carne bovina no período foi de 13,85%. Além disso, o aumento nas contas de luz, dos preços dos combustíveis e as festas de fim de ano levaram a um aumento no consumo. 

Segundo o economista da APAS, Diego Pereira, “o último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que os estoques finais de soja e milho fechem 2022 em patamares mais confortáveis na relação oferta/demanda”.

As projeções para a safra de milho 21/22 indicam aumento de 52% nos estoques e de 10,5% na soja. Para este ano, foi anunciado que a proporção de biocombustível à base de soja misturado ao diesel terá redução de 17% para 10%. De acordo com Pereira, “todos são indicativos robustos de estabilidade na cadeia formadora do preço da carne”.

Além disso, neste primeiro semestre, a Apas acredita que os preços do frango continuarão em alta devido ao aumento dos custos de produção ocasionados pelo aumento autorizado para energia elétrica. A inflação registrada do frango foi de 27,82% em 2021.

Em 2021, os preços dos supermercados para as cestas de suínos registraram queda de 4,38%. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nos últimos 12 meses, o valor do suíno registrou queda de 20,84%. Além disso, a projeção de queda nos preços permanece para o primeiro trimestre de 2022.