Ações, Units e ETF's
Inflação dos EUA a 7,5%; aperto do Fed e avanço dos serviços pautam Ibovespa de quinta
Alta de preços ianques reforça maior ‘tranco’ de juros nos EUA; indicador nacional sobe 10,09% em 2021
Sem direção, mas inclinação negativa, os índices futuros ianques (Dow Jones, +0,03%; S&P 500, -0,22%; Nasdaq Futuro, -0,35%) refletem o temor dos mercados ante à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA de janeiro último, ponto de partida do tom da política monetária a ser adotado pelo Federal Reserve (Fed) – bc local – com relação às taxas de juros, a partir de março próximo. Até o momento, tem prevalecido a expectativa de um aperto monetário mais forte, tendo em vista a ‘persistência’ do avanço de preços.
Inflação em alta – Como era esperado, a inflação dos Estados Unidos segue forte, tendo crescido 0,6% no mês passado, em relação a dezembro de 2021, mas saltou 7,5% em 12 meses, maior, portanto que os 7% apurados, pelo mesmo critério, em dezembro do ano passado. Segundo o Departamento do Trabalho, o desempenho dos preços locais teve influência de altas nos alimentos, eletricidade e moradia, que subiram 0,9%, 4,2% e 0,3%, respectivamente.
Carga maior – Por conclusão, a inflação dos EUA está bem acima dos 2% projetados pelo Fed, acirrando as apostas por uma carga maior nos juros ianques, o que é reforçado pelos dados que indicam abertura de quase 1 milhão de vagas no mercado estadunidense, somente nos últimos dois meses, caracterizando uma situação de pleno emprego.
Ajustes no gatilho – Dessa forma, analistas preveem que o Fed poderá reajustar em 0,25 ponto percentual a taxa de juros, avanço, porém, que poderá ser ampliado, a depender do que revelam os índices de preços locais. Se depender da projeção do Bank of America (BofA), todavia, poderão ser aplicadas até sete altas de juros, até dezembro próximo.
‘Número quente’ – Sobre a mentalidade dominante entre os investidores, no momento, o estrategista-chefe de mercado da National Securities, Art Hogan, admite que “seria difícil encontrar alguém que não acredite que o número do CPI vai ser ‘quente’, porque parece que estamos jogando um jogo de salto, com todos tentando ser mais hawkish (duro, de preocupação com a inflação) sobre o que o Fed pode ou não fazer e política monetária em 2022”, ao prever “a continuação do rali” daqui em diante.
Ameaça geral – Vendo por outro ângulo, o analista da Swissquote, Ipek Ozkardeskaya, acentua que “os dados de inflação dos Estados Unidos ainda são uma ameaça ao clima geral do mercado e podem ser um momento decisivo para esta semana”, para quem, “ou veremos uma leitura razoável do índice e a alta das ações pode continuar, ou veremos um número feio, o que destruirá os ganhos recentes”.
Retrospecto bom – No retrospecto da véspera (9), o Nasdaq Composite teve alta, o que lhe permitiu recuperar parte das perdas relativas à liquidação de janeiro, com o Nasdaq saltou 2,08% a 14.490,37 pontos; o S&P 500 subiu 1,45% a 4.587,18 pontos e Dow Jones Industrial Average cresceu 0,86% a 35.768,06 pontos. Ao mesmo tempo, abrindo margem à recuperação das ações de tecnologia, os rendimentos dos títulos estadunidenses tiveram recuo de 1,95% para 1,92%.
Seguro-desemprego – Também na cola do investidor, a divulgação de outro indicador relevante, o volume de pedidos de seguro-emprego em janeiro último, com estimativa para 230 mil solicitações. Na agenda, à tarde, será a vez do leilão primário de Treasuries de 30 anos pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, relativo a fevereiro corrente. Em seguida, sai o balanço orçamentário de Tio Sam, com projeção de superávit de US$ 25 bilhões.
Temporada ianque – No que toca à temporada corporativa ianque, serão divulgados, antes da abertura dos negócios, os resultados de Twitter, Coca-Cola e Kellogg; o mesmo fazendo, depois dela, Expedia, Affirm e Zillow.
Ásia sobe – Ainda repercutindo o bom momento de Wall Street da véspera (9), as bolsas asiáticas fecharam todos no positivo (chinês Shanghai SE, +0,42%; o nipônico Nikkei, +0,17%; Hang Seng Index, de Hong Kong, +0,38% e o sul-coreano Kospi, +0,11%. Outros indicadores do gigante asiático é a expansão de 0,17% a 3.485,91 pontos, do Xangai Composto, em contraponto à queda de 0,64% a subiu 0,17% a 2.302,47 pontos do Shenzhen Composto.
Europa avança – Igualmente de ‘olho’ na inflação dos EUA, as bolsas europeias registravam avanço mínimo, a exemplo do britânico FTSE 100, +0,09%; DAX alemão, +0,22%; o CAC 40 francês, +0,10% e o italiano FTSE MIB, +0,02%. Como resultante, o índice continental Stoxx 600 subia discretamente (0,015%) a 473,40 pontos.
DI brazilis cai – No país, os contratos de juros futuros brazucas operam em baixa, como o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023, que caía 0,12% (12,2%), ao passo que o título que vence em janeiro de 2025 crescia de 0,09% (11,20%); o de vencimento para janeiro de 2027 recuava 0,13% (11,18%) ante o valor quarta-feira (9).
Petróleo valoriza – No plano das commodities, o petróleo crescia moderadamente, com o tipo WTI crescendo 0,23%, a US$ 89,87 o barril e o Brent (maior referência internacional), subindo a 0,16%, a US$ 91,70 o barril, como reflexo do anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que manteve inalterada em 4,2 milhões de barris por dia, a previsão de crescimento da demanda pelo petróleo este ano. Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), projetou um crescimento de demanda de 1,8 milhão de barris por dia, para 2022, abaixo do que previa o mercado – 2,3 milhões de barris por dia.
Minério turbinado – O minério de ferro, por sua vez, valorizava 3,20%, a 821,5 iuanes ou US$ 129,19, na bolsa chinesa de Dalian, depois de ter fechado na véspera (9) a US$ 150 por tonelada, maior patamar desde o fim de agosto passado.
Balanços e LTN – Na agenda brazuca, além da divulgação de balanços de companhias, referente ao quarto trimestre (4T21) prossegue, depois do ‘tombo’ das ações dos bancos, como o Bradesco e Itaú, que caíram 8% e 4%, respectivamente, na sessão anterior (9). Na sessão de hoje (10), ocorre o leilão tradicional de LTN e NTN-F.
Serviços crescem – Entre os destaques tupiniquins de hoje (10), o volume de serviços em dezembro último cresceu 1,4%, ante novembro, apontou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro último, para o mês anterior, a expansão havia sido de 2,7%. No comparativo para dezembro de 2020, o avanço dos serviços chegou a 10,04%. Em 2021, a elevação atingiu 10,09%, em contraponto à perda de 7,8% do ano anterior.
Subida geral – Dos 166 tipos de serviços observados pelo instituto, 74,1% subiram, com maior contribuição do grupo transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%); seguido de informação e comunicação (9,4%); serviços profissionais, administrativos e complementares (7,3%); de serviços prestados às famílias (18,2%); e de outros serviços (5,0%).
Desonera diesel – Na treta fiscal, a proposta recente de desoneração tributária do óleo diesel – um agrado eleitoreiro aos caminhoneiros – deverá custar ao país R$ 18 bilhões, ao passo que o Senado aprovou proposta de emenda à Constituição (PEC) que determina o reinvestimento de 70% dos recursos decorrentes de outorgas onerosas (de obras e serviços de transportes) sejam reinvestidos no próprio setor de infraestrutura, o que corresponderia ao montante de R$ 7 bilhões ao ano, conforme previu relatório do senador Jayme Campos (DEM-MT). “Ele é ligeiramente inferior aos R$ 8 bilhões que o Governo Federal investiu em infraestrutura de transportes em 2021, o que considero insuficiente para as necessidades nacionais”, criticou o parlamentar.
Covid mata 873 – No diário da Covid, o vírus chinês matou 873 brasileiros, na média móvel dos últimos sete dias, ante o patamar de 14 dias antes, segundo informou o consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos (futuros)
Dow Jones, +0,03%.
S&P 500, -0,22%.
Nasdaq, -0,35%.
Ásia
Shanghai SE (China), +0,42%.
Nikkei (Japão), +0,17%.
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,38%.
Kospi (Coreia do Sul), +0,11%.
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), +0,09%.
DAX (Alemanha), +0,22%.
CAC 40 (França), +0,10%.
FTSE MIB (Itália), +0,02%.
Commodities
Petróleo WTI, +0,23%, a US$ 89,87 o barril.
Petróleo Brent, +0,16%, a US$ 91,70 o barril.
Minério de ferro, +3,20%, a 821,5 iuanes ou US$ 129,19 (Bolsa de Dalian – China).
Criptomoedas
Bitcoin, +1,49% a US$ 44.824,00.
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