Japoneses seguem guardando dinheiro em ritmo recorde em meio a preocupações com o coronavírus

Dados do banco central do Japão divulgados nesta quarta-feira mostraram que os depósitos bancários e a moeda em circulação no país tiveram aumento em um ritmo anual recorde no mês passado, enquanto empresas e famílias japonesas seguiram acumulando dinheiro para se protegerem contra uma queda de renda causada pelo coronavírus.

A moeda em circulação e depósitos em instituições financeiras, ou estoque de dinheiro M3 do Japão, teve alta 7,1% em agosto na comparação com o ano anterior. A alta superou o crescimento de 6,5% em julho, chegando ao patamar de maior aumento desde que os dados se tornaram comparáveis em 2004, apontam os dados do banco central do Japão.

Já os depósitos bancários subiram 15,3% em agosto em relação ao ano anterior, um recorde, com o impacto da Covid-19 sobre as vendas levando empresas a continuar acumulando caixa como medida de prevenção.

Ainda de acordo com os dados, o dinheiro em circulação em agosto teve o mesmo movimento de junho, aumento de 5,5%.

As informações refletem a dificuldade de incentivar empresas e famílias a voltarem a gastar, mesmo com a economia reabrindo gradualmente após a suspensão de medidas de quarentena em maio.

Em coletiva, um representante do Banco do Japão falou sobre o assunto. “Algumas famílias podem estar guardando dinheiro em casa em vez de colocá-lo em contas bancárias, com a pandemia deixando-as ressabiadas em ir uma agência bancária”.

No segundo trimestre deste ano, a economia japonesa registrou sua pior recessão desde o pós-guerra, aprofundando-se ao passo que o coronavírus afetou as empresas mais que o previsto inicialmente, e mostrando que as autoridades enfrentam uma difícil missão para evitar uma recessão ainda maior.