Guerra no Leste europeu traz lições econômicas ao Brasil

O conflito no leste europeu entre Rússia e Ucrânia, a cada dia, vem intensificando a dinâmica global. A guerra afeta diretamente diversos setores econômicos fundamentais para o tecido social contemporâneo, freando o crescimento econômico mundial. Essa dinâmica, se dá em grande parte devido ao processo de globalização e interdependência mundial em relação a vários recursos disponíveis naturalmente em determinadas nações.

Um exemplo dessa interdependência é a Alemanha que, basicamente, depende de importação de petróleo, gás natural e carvão mineral para a geração de energia. Inclusive, metade do gás natural utilizado pelos alemães era oriundos da Rússia até que Putin resolveu iniciar uma guerra contra a Ucrânia.

No caso do Brasil, o país também é afetado diretamente pelo conflito no leste europeu. O Brasil depende da exportação russa de fertilizantes, sendo que o território nacional brasileiro utiliza cerca de 23% dos fertilizantes na agricultura oriundos da Rússia.

Sem sombra de dúvidas, é provável que essa guerra altere completamente a estrutura de distribuição dos recursos naturais e, consequentemente, configure uma revisão das cadeias produtivas globais.

Isso ocorrerá, em grande parte, devido aos conflitos geopolíticos que possam ser desencadeados nos próximos anos, talvez séculos. Esse conflito, em específico, mostrou que a interdependência é maléfica na medida em que momentos atípicos como esse abalam diretamente a estrutura de convívio social, economicamente e humanitariamente.

Hoje, sem sombra de dúvidas, cerca de 86% dos fertilizantes que o Brasil usa no agronegócio são oriundos do exterior. O que é um pouco estarrecedor é que, o Brasil não possui capacidade de atender o mercado interno devido a falta de matéria-prima para produzir, por exemplo, o próprio fertilizante.

Nesse sentido, devido à posição global referente à importação de grãos, o Brasil necessita de uma política voltada para essa questão, que impeça de conflitos externos afetarem diretamente a população.

Sem sombra de dúvidas, o conflito no leste europeu irá transfigurar a forma como o mundo comporta-se em questão de distribuição de matérias. O conflito, de certa forma, demonstrou que tratados internacionais podem facilmente ser descumpridos e que, querendo ou não, o século XXI está pautado em uma nova corrida armamentista. Nesse emaranhado de problemas, o Brasil precisa compreender a dimensão dos reflexos do conflito para com o futuro da nação.

É necessário que os próximos representantes pensem nessa problemática visto que, ao assumirmos uma postura autossuficiente, problemas como esses não afetariam a economia brasileira.