Guerra na Ucrânia abala economia mundial

O conflito que está ocorrendo no leste europeu afetou a dinâmica global fortemente. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a guerra deve desacelerar o crescimento global em torno de 1 ponto percentual na medida em que a inflação deve alcançar o patamar de 2,5%.

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De acordo com o economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, muitas pessoas estão subestimando o impacto a médio prazo gerado pelo conflito, “quanto mais a guerra durar, mais incerteza temos e mais preocupados ficamos porque a incerteza impede as compras dos consumidores e os investimentos das empresas”, destaca.

É sabido que desde o início do conflito, Kiev, a Capital da Ucrânia, deixou de exportar 15 milhões de toneladas de milho. Em vista disso, a maior preocupação além dessa, é o início da plantação da próxima safra que já deveria ter começado mas torna-se impossível em meio ao conflito.

Desse modo, estima-se que o risco é de uma ausência de 35 milhões de toneladas de milho que deveriam abastecer o mercado internacional em 2023.

Pode-se perceber o impacto da não distribuição desses produtos diretamente nas prateleiras dos supermercados. Os preços do milho e da soja, por exemplo, tornaram-se exorbitantes. No mês de março, a cotação do milho passou dos 7,5 dólares enquanto a soja chegou aos 17 dólares.

No Brasil, além desse fator, existe um ainda mais agravante que é a questão dos fertilizantes. O Brasil possui uma forte relação de interdependência em relação a esse insumo, uma vez que mais de 85% dos adubos e fertilizantes utilizados em território nacional são importados.

Não obstante, de acordo com a consultoria Oxford Economics, a “América do Sul está afastada do conflito e muitos países da região vivem um processo de alta da taxa de juros, o que pode colaborar para a atração de investimento”, visto que “também somos grandes produtores de commodities em um momento que a Rússia e Ucrânia se tornaram grandes incógnitas”.