Commodities
Adiamento de reunião da Opep e volatilidade colocam petróleo no viés de baixa
Enquanto o tipo WTI recuou 2,02% a US$ 75,54 o barril, Brent caiu 0,94% a US$ 80,48 o barril
Pressionadas pelo adiamento da reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), em meio a uma sessão volátil, mais curta e com liquidez restrita (por conta do feriado de Ação de Graças nos EUA), as cotações futuras do petróleo fecharam em baixa na sessão desta sexta-feira (24), consolidando, ainda, um recuo no acumulado da semana.
Como resultado, o tipo WTI (referência ianque) encerrou as negociações na New York Mercantile Exchange (Nymex) em baixa de 2,02% (-US$ 1,56) a US$ 75,54 o barril, ao passo que o tipo Brent (referência global), negociado na Intercontinental Exchange (ICE), baixou 0,94% (-US$ 0,77), a US$ 80,48 o barril. No comparativo semanal, o contrato mais líquido do WTI cedeu 0,16% e o do Brent, 0,68%.
A princípio prevista para ocorrer no próximo domingo (26), a reunião da Opep foi adiada para o dia 30 deste mês, o que motivou especulações em torno do cumprimento, pela Arábia Saudita – maior produtora do grupo – dos cortes de produção anunciados anteriormente. Em lugar disso, a verdadeira causa do adiamento teria sido um desentendimento entre os sauditas e seus parceiros africanos Angola e Nigéria (os maiores daquele continente), que discordaram sobre as estimativas de produção a eles atribuídas.
Na avaliação da empresa independente de pesquisa econômica britânica, Capital Economics, porém, os cortes voluntários sauditas e russos deverão ser o saldo da próxima reunião. Caso tal prognóstico se confirme, ao cabo do encontro, o preço da commodity poderá se manter no patamar atual, mas sem chance de avançar além disso.
Já o analista da Stonex, Bruno Cordeiro, destacou que o ambiente macroeconômico e a perspectiva de um mercado com maior folga de oferta – conforme acentuaram dados que apontam alta de estoques estadunidenses – como fatores que pressionaram (para baixo) as cotações internacionais do petróleo.
Além dos elementos citados, a libertação de 12 reféns israelenses pelo Hamas (que serve para baixar a temperatura da tensão no Oriente Médio) igualmente contribuiu para derrubar o preço da commodity, uma vez que reduz as preocupações quanto ao risco de interrupção da oferta, pelo menos, por enquanto.
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