Ações, Units e ETF's
Alta ‘surpresa’ do PIB eleva ‘ponta curta’ dos juros futuros
DI para janeiro de 2024 subiu a 12,382%, mas DI para janeiro de 2029 recuou para 10,770%
Diante da ‘surpresa positiva’ com o crescimento de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre (2T23) – no comparativo trimestral – os juros futuros apresentaram avanço na ponta curta, recuo, na ponta longa, mas alta moderada, no trecho intermediário da curva, nesta sexta-feira (1º).
Ao mesmo tempo, o mercado promovia ajustes em suas apostas a respeito do ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC), que poderá variar entre 0,25 ponto percentual (p.p.) e meio ponto percentual, relegando a segundo plano a discussão sobre as implicações da nova regra fiscal, ou quanto à possibilidade de o Planalto conseguir zerar o déficit primário para o ano que vem.
Frente a esses fatores, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 ficou próximo da estabilidade, com taxa de 12,375%, de 12,382%; para janeiro de 2025 subiu de 10,521% para 10,570%; para janeiro de 2026, cresceu de 10,145% para 10,165%; para janeiro de 2027 recuou de 10,346% para 10,335%, e o de janeiro de 2029 ‘encolheu’ de 10,824% para 10,770%.
Igualmente impactou o movimento das taxas, a redução das apostas em torno de um corte mais acentuado da Selic, sobretudo após o IBGE anunciar uma alta do PIB de 0,9% no 2T23, acima da expectativa do mercado que, contava com uma expansão de 0,3%. O novo dado consolidou a impressão de que o Banco Central (BC) deverá atenuar, mais lentamente, o atual aperto monetário.
Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, “o PIB ajudou a subir um pouco as taxas intermediárias, que refletem justamente onde a taxa Selic vai poder chegar”, interpreta, acrescentando que “dado que o BC colocou um piso de 50 pontos-base por reunião para o ciclo de cortes, e que o PIB mais forte dificulta a aceleração, o mercado se ajusta para precificar esses 50 pontos”.
Outra influência que ajudou a ‘puxar’ a alta dos DIs, na avaliação do economista da Guide Investimentos, Rafael Pacheco, veio do aumento dos rendimentos dos Treasuries (papéis do Tesouro ianque) – referência global para decisões de investimento – mesmo após o payroll ter indicado avanço, de 3,5% em julho para 3,8% em agosto, do desemprego nos EUA. No paralelo, a subida dos preços industriais estadunidenses, acima das estimativas, acirrou o questionamento a respeito de como se posicionará Federal Reserve (Fed, o banco central ianque) em relação ao aumento (ou não) dos juros no curto prazo.
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