Ambev nega rombo de 30 bilhões em acusação da CervBrasil

A acusação do rombo pela Associação Brasileira de Indústria e Cerveja (CervBrasil) é de R$ 30 bi, que seria fruto de inconsistências decorrentes de manobras fiscais realizadas pela Ambev (ABEV3) na realização de produtos concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus.

A consequência disso foi sentida no mercado: as ações passaram a cair cerca de 4% (em um dia negativo para o Ibovespa) e chegaram à mínima de R$ 12,85 no dia, ou baixa de 5,93%. No fechamento da sessão, os papéis ABEV3 fecharam em queda de 3,51%, a R$ 13,18.

Em resposta à acusação, a empresa suspeita negou qualquer rombo, afirmando que as acusações não tinham qualquer embasamento. Importante lembrar que a suspeita tem participação indireta dos bilionários Jorge Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira, que são acionistas de referência da Americanas.

EM nota, a famosa marca afirma que está entre as cinco maiores pagadoras de impostos do Brasil e que calcula todos os créditos tributários com base na lei.

Qual a opinião dos analistas econômicos?

Para eles, este caso está sendo tratado com exagero. Eles afirmam que só seria possível existir riscos aos lucros da Ambev se existisse uma reforma tributária que eliminasse os incentivos fiscais associados ao pagamento de proventos da empresa.

Os analistas ainda afirmam que a discussão sobre o pagamento de impostos da cervejaria na Zona Franca de Manaus é notícia velha. Esse debate retoma o assunto da cobrança do IPI sobre a produção de concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus.

Na última semana de janeiro, o Credit Suisse afirmou em relatório que a maior parte da dívida bruta da Ambev se relaciona com a contabilidade de arrendamento IFRS-16, equivalente a cerca de 90% do terceiro trimestre de 2022, além dos empréstimos bancários, que representam a parte que falta das dívidas.

Ainda de acordo com o Credit Suisse, existe uma ordem de relevância da composição das despesas financeiras da Ambev:

1. Valor ideal das contas a pagar de acordo com os padrões IFRS-13;
2. Abastecimento de opções de venda na República Dominicana;
3. Provisionamento de incentivos fiscais e arrendamentos;
4. Juros sobre dívidas.