Americanas contesta imposição de “watchdog” em órgão especial do TJ-RJ

A Americanas (AMER3), varejista envolvida em suposta fraude contábil, recorreu ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra a imposição de um “watchdog”.

O termo designa empresa que vigia as operações da companhia em situação atípica, suspeita de irregularidades.

A iniciativa foi pedida por uma desembargadora, a pedido dos credores da varejista, liderados pelo Itaú (ITUB4).

A defesa da Americanas argumenta que a figura do “watchdog” não está prevista em lei, embora tenha precedentes, mas em cenários diferentes.

Também alega que a fraude foi confessada, que a antiga diretoria e todos os envolvidos já foram afastados e não há indícios de novas fraudes. Além do mais, a contratação não foi aprovada em assembleia de credores, como exige a lei.

Americanas (AMER3): o caso

Vale lembrar que a Americanas está em recuperação judicial devido a um rombo contábil da ordem de R$ 20 bilhões, e a varejista tem outros R$ 20 bilhões em dívidas, perfazendo o total de R$ 40 bilhões.

Desse total, boa parte está atrelada a instituições financeiras e, por isso, a companhia tem certa dificuldade em chegar a um consenso com os bancos.

Do lado operacional, muitos “vendedores” estão abandonando o Marketplace da rede e migrando para outras plataformas ou redes varejistas, a exemplo do Magazine Luiza (MGLU3).

CPI

Outro ponto de atenção tem a ver com a classe política brasileira que abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as ocorrências na Americanas.

Desta forma, a varejista está sendo investigada pelo Ministério Público, bem como pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão regulador das empresas listadas em bolsa.

Recentemente, a companhia emitiu comunicado informando que os rombos fiscais em seu balanço são de responsabilidade da ex-diretoria, na pessoa do ex-CEO Miguel Gutierrez e sua equipe.