Aperto monetário global; tapering e Focus moldam segunda do Ibovespa

Superado o pânico global da hora (o pequeno ômicron), as atenções do mercado se fixam na velocidade de retirada da injeção bilionária mensal (US$ 120 bilhões) do Federal Reserve (Fed) –  o chamado tapering – prática iniciada na pandemia, com o objetivo de manter ‘viva’ a maior economia do planeta.

Teste de vitalidade – Com a inflação ianque em linha com a meta do Fed, entra em cena o Fomc (comitê de mercado aberto), que deverá confirmar a previsão do mercado, na próxima quarta (15), de manutenção dos juros num patamar entre zero e 0,25% para 2022, além de fornecer dados adicionais sobre o próprio ritmo e prazo de retirada dos estímulos monetários vigentes, com reflexos imediatos nos mercados internacionais. A iniciativa não deixa de ser um teste de vigor econômico para o ‘Tio Sam’, num momento em que o gigante asiático, seu principal concorrente pelo latifúndio Terra, também dá sinais de estabilidade e recuperação.

Aperto monetário – Ainda na trilha dos juros, autoridades monetárias deverão se pronunciar sobre a forma de seu próprio ‘aperto monetário’. Nesse rol, estão, além do Banco da Inglaterra (BoE), do Japão (BoJ), Chile, Turquia, México e Rússia.

Estímulos fiscais – Na Ásia, continua a refletir favoravelmente no maior continente do mundo, informações que dão conta da melhora econômica do gigante chinês, com a perspectiva de que Pequim adote estímulos fiscais para impulsionar sua economia no próximo ano. A única exceção da ‘vibe’ oriental positiva coube a Hong Kong, que fechou em baixa de 0,17% a 23.954,58 pontos, por conta da inclusão, na lista de sanções dos EUA, da empresa local de inteligência artificial SenseTime, que acabou adiando seu IPO na bolsa americana.

Petróleo e minério sobem – Na área das commodities, os preços do petróleo avançam, em meio ao clima inicial de otimismo, devido ao menor impacto da variante viral, no sentido de comprometer a retomada econômica mundial, o mesmo ocorrendo com o minério de ferro, cuja valorização, na China, decorre da expectativa positiva em torno de menores restrições de Pequim sobre o setor imobiliário do país.

Selic a 11,50% – No país de Pindorama, o Boletim Focus já adiantou, nessa manhã (13), que a Selic (taxa básica de juros) – recentemente reajustada a 9,25% ao ano – deve chegar ao final de 2022 no patamar de 11,50% ao ano, acima dos 11,25% ao ano, da semana anterior. Em que pese o discurso oficial, ‘de alinhar a inflação à meta inflacionária, o mercado ainda busca ‘pistas’ com relação ao ‘ímpeto’ de alta dos juros pelo Banco Central (BC), nos próximos meses, haja vista a desaceleração, também recente, dos índices de inflação, após um ciclo persistente de altas.

Inflação cede – Prova disso é que o IPCA acumulado este ano, com o índice de novembro, ficou abaixo do que esperava o mercado, ao recuar de 10,18% para 10,05%, após subir, ininterruptamente, por 35 semanas. Para 2022, a projeção apresentou estabilidade em 5,02%, depois de 20 semanas seguidas de alta. Neste caso, o acumulado em 12 meses caiu de 5,36% para 5,21%.

Metas ‘estouradas’ – Importante notar que, em todas as projeções anuais de inflação do Focus, de 2021 a 2024, as respectivas taxas de inflação permanecem acima das metas para os respectivos anos (3,75%, ​3,50%, 3,25% e 3,00%).

PIB recua de novo – Ao mesmo tempo, continua a marcha regressiva do PIB (Produto Interno Bruto) para 2021, que passou de 4,71% para 4,65%, como prévia do ‘tombo’ da atividade em 2022, de 0,5% ou percentual negativo. Já o dólar deverá encerrar o ano em R$ 5,59, acima da previsão anterior, de   R$ 5,56. Para o ano que vem, a cotação seria de R$ 5,55.

Relatório trimestral – Na semana, além da divulgação da ata do Copom e da Pesquisa Mensal de Serviços (IBGE), amanhã (14), na quinta (16) serão conhecidos os números do relatório trimestral de inflação pelo BC, o que poderá dar uma ideia mais nítida da evolução dos preços por segmentos econômicos, sem contar eventuais intervenções da autarquia no mercado cambial, como alternativa de combate à inflação decorrente da desvalorização do real.

Open Banking – No paralelo, destaque para a divulgação, na última sexta (10) pelo BC, da quarta fase do Open Banking, marcada pela ‘fundação do ecossistema de compartilhamento de dados’, pelos setores de seguros, previdência e investimentos, tendo em vista a implantação de serviços mais complexos, o Open Finance ou sistema financeiro aberto.

Emenda específica – Na agenda econômica do Congresso, ficou acertado que trechos divergentes da PEC dos precatórios, da Câmara e do Senado, deverão ser acondicionados em emenda específica, a princípio, para apreciação e votação em Plenário amanhã (14). Os pontos consensuais já foram promulgados na última quarta (8), o que permitiu o almejado espaço orçamentário pelo Planalto, a fim de custear seu programa social de cunho eleitoreiro explícito, o Auxílio ‘pleito’ Brasil e seu benefício de R$ 400 às famílias mais vulneráveis, mas votantes em potencial.

Principais indicadores

Estados Unidos (futuro)

Dow Jones, +0,32%.

S&P 500 Futuro, +0,35%.

Nasdaq Futuro, +0,38%.

Ásia

Nikkei (Japão), +0,71% (fechado).

Shanghai SE (China), +0,40% (fechado).

Hang Seng Index (Hong Kong), -0,17% (fechado).

Kospi (Coreia do Sul), -0,28% (fechado).

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), +0,23%.

Dax (Alemanha), +1,05%.

CAC 40 (França), +0,47%.

FTSE MIB (Itália), +0,81%.

Commodities

Petróleo WTI, +0,77%, a US$ 72,22, o barril.

Petróleo Brent, +0,59%, a US$ 75,59, o barril.

Minério de ferro, +5,03%, a 668,50 iuanes ou US$ 105,06 (Bolsa de Dalian – China).

Criptomoedas

Bitcoin, -0,32% a US$ 48.829,20.