Economia
Após apresentar ‘fragilidade’ no início do ano, setor de serviços do país volta a crescer
Segundo pesquisa da S&P Global, índice de confiança subiu de 49,8 para 51,8 pontos em março
Depois de exibir ‘fragilidade’ no início do ano, o setor de serviços do país reagiu e voltou a apresentar expansão, em março último, fazendo com que o índice de confiança atingisse o maior pico em cinco meses, com 51,8 pontos, ante 49,8 pontos de fevereiro, aponta a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI), divulgada, nesta quarta-feira (5) pela consultoria internacional S&P Global. O nível do mês passado é o mais alto, desde outubro de 2022, impulsionado por um ritmo mais acelerado de pedidos, nas últimas semanas.
Ao lembrar que a marca de 50 pontos diferencia crescimento de contração da atividade, a consultoria destaca que, a inconsistência do desempenho da atividade, no começo de 2023 pode ser avaliada pela média do primeiro trimestre (50,8 pontos), patamar mais baixo desde o segundo trimestre de 2021, quando chegou a 48,4 pontos. Igualmente positiva foi a performance do PMI Composto do setor, que cresceu de 49,7 pontos, em fevereiro, para 50,7 pontos, em março, apesar da contração da indústria.
De acordo com a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyana de Lima, “o setor de serviços do Brasil se recuperou rápido do que parece ter sido um tropeço temporário em fevereiro, quando a produção e as novas encomendas caíram pela primeira vez desde o início de 2021”.
Ao mesmo tempo, a diretora assinala que que “os comentários dos participantes da pesquisa mostram um tom de cautela sobre a sustentabilidade da recuperação, já que várias empresas indicaram que as pressões inflacionárias continuam a restringir os gastos dos consumidores”.
Além disso, a pesquisa da S&P Global revelou que as empresas consultadas admitiram expansões moderadas na entrada de novos pedidos e na produção, após contrações em fevereiro. A partir de agora, fornecedores de serviços mantém a expectativa de que haja ‘resiliência’ da demanda, o que deve abrir espaço para o crescimento da atividade, ao longo dos próximos 12 meses. Entre os fatores que reforçam o viés de alta dos serviços, as empresas consultadas destacam: propostas em desenvolvimento, carteira maior de clientes, planos de expansão e investimentos.
Outro indicador positivo seria a elevação do nível de emprego no mês passado, após três meses seguidos de cortes de vagas, em que as empresas relatam expansão em outros segmentos, volumes maiores de novos trabalhos e reajuste de pessoal.
Em contraponto, a pesquisa também relatou a ocorrência de novos aumentos nos gastos operacionais ao longo de março, associados a custos mais elevados de insumos e salários. Ante a alta de preços cobrados na atividade, as empresas procuraram manter inalteradas suas margens de lucro.
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