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Agronegócio

Após denúncia de ‘lavagem de gado’ pela JBS, supermercados europeus boicotam carne brasileira

JBS foi acusada de comprar gado criado em áreas desmatadas e grandes supermercados e fabricantes de alimentos europeus ameaçam suspender produtos do Brasil

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Na última semana, cinco redes europeias de supermercados e uma fabricante de alimentos comunicaram que, devido às recentes denúncias de destruição da Floresta Amazônica, não vão mais vender carne bovina originária do Brasil ou derivados da empresa brasileira JBS.

Dentre as seis redes, estão o grupo holandês Ahold Delhaize (Delhaize e Albert Heijn), a Lidl Netherlands, a belga Carrefour Belgium, a francesa Auchan e as britânicas Sainsbury’s e Princes Group.

A rede Albert Heijn anunciou que deixaria de vender carne brasileira e a Lidl prometeu deixar de vender carne originária da América do Sul a partir de 2022. Já a Delhaize e Carrefour Belgium não venderão mais salgadinhos e outros produtos da marca Jack Link’s associada à JBS.

Após investigações das ONGs Repórter Brasil e Mighty Earth, elas anunciaram um boicote, acusando a JBS de comprar gado criado em áreas desmatadas em um programa denominado “lavagem de gado”. Nesse plano, o gado criado em áreas desmatadas é transferido para fazendas regulares e depois vendido para abate, encobertando sua origem.

Em maio deste ano, devido à Lei nº 510/21, grandes supermercados e fabricantes de alimentos europeus ameaçaram boicotar produtos do Brasil, o que, segundo eles, levaria a um desmatamento mais sério na floresta amazônica.

De acordo com o diretor para a Europa da Mighty Earth, Nico Muzi, “esses não são compromissos vagos ou anúncios bonitinhos que ficam bem em comunicados de imprensa, mas uma série de ações comerciais concretas adotadas por algumas das maiores redes de supermercado da Europa para parar de comprar e vender carne bovina de uma empresa e de um país que fizeram muitas promessas, mas apresentaram poucos resultados”.

A JBS disse à Reuters que tem tolerância zero com o desmatamento ilegal e evitou que mais de 14 mil fornecedores não cumprissem seus regulamentos.

A empresa afirmou que a investigação da Repórter Brasil mencionou apenas 5 dos seus 77 mil fornecedores diretos e que esses fornecedores estavam em conformidade com as suas políticas no momento da compra. Além disso, a JBS ainda acrescentou que pretende criar um sistema de fiscalização para monitorar fornecedores indiretos até 2025.

Os fornecedores indiretos são aqueles que vendem bezerros e gado de corte magro para engorda em fazendas comuns e não são regulamentados pelo governo ou empresas.

Jornalista desde 2015. Pós graduada em Comunicação e Marketing desde 2020. Contadora de histórias desde sempre.

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