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Economia

Após embargo, carne fica barata para China e cara para os brasileiros

Casos de mal da vaca louca suspenderam exportações do produto para a China, porém brasileiros ainda continuam pagando caro nos supermercados.

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Depois de dois casos de mal da vaca louca em frigoríficos de Minas Gerais e Mato Grosso, a importação de carne brasileira pela China foi interrompida. O embargo fez com que o produto ficasse mais barato para exportação. No entanto, para os brasileiros, o preço ainda continua alto.

Leia mais: Suspensão de carne bovina à China já gerou mais de US$ 60 milhões em prejuízos no MT

Desde a data de 4 de setembro, quando houve a suspensão das vendas, a cotação da arroba do boi caiu 9,5% na média nacional. Mas porque essa queda não chega aos supermercados e consequentemente no bolso do cidadão brasileiro?

Segundo especialistas, os cortes enviados para a Ásia são diferentes daqueles comercializados internamente. Além disso, para suprir a redução nas exportações, muitos frigoríficos diminuíram os processos de abate como forma de conter os preços.

Sobre os casos de vaca louca, um relatório da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), elaborado a pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mostrou que não existe o risco de proliferação da doença entre o rebanho brasileiro ou perigo de contaminação para os consumidores.

Apesar disso, o país mantém o status para “risco insignificante para a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB)”, com uma suspensão que já dura mais de 50 dias.

Carne segue cara para os brasileiros

Como informado acima, os brasileiros não sentirão a redução no preço das carnes após o embargo da China à importação do produto. Segundo o diretor da consultoria pecuária Athenagro, Maurício Palma Nogueira, os tipos de corte influenciam nesse cenário.

“No caso da carne bovina, os mercados asiáticos importam cortes dianteiros e miúdos [70% das exportações são desses cortes], e o mercado doméstico consome mais cortes traseiros, carnes de primeira. O efeito imediato foi uma menor oferta de carnes no mercado interno, o que continua sustentando os preços”, declarou.

De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), no mesmo momento em que ocorre a queda das cotações, cortes desossados de traseiro bovino no varejo registram alta de 0,62%. Ou seja, não haverá redução no preço final repassado ao consumidor.

“O consumidor não vai ver os preços serem reduzidos por conta da suspensão das exportações chinesas porque os frigoríficos vão fazer essa regulação”, completou Nogueira.

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