Economia
Avanço de pauta fiscal no Congresso e ‘freio’ do petróleo promovem recuo de juros futuros
Aprovação de medidas que favorecem equilíbrio das contas públicas segura taxas futuras
Mediante o avanço das matérias fiscais no Congresso Nacional; recuo das cotações internacionais do petróleo e perspectiva de queda dos preços da gasolina foram os ingredientes da receita de baixa dos juros futuros, na sessão desta quarta-feira (22).
Na ‘ponta curta’, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 recuou de 10,563%, no ajuste da véspera, para 10,500%; a do DI para janeiro de 2026, de 10,30% para 10,24%; a do DI para janeiro de 2027, baixou de 10,43% para 10,36%, e na ‘ponta longa’, retrocedeu, de 10,83% para 10,77%.
Após caírem quase 20 pontos-base, as taxas futuras se estabilizaram, devido à aprovação, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, do projeto de lei que taxa os fundos offshore e fundos exclusivos, e da proposta de taxação das apostas esportivas, pela mesma comissão, teriam por objetivo elevar a arrecadação federal, condição essencial para que o governo atinja o déficit primário zero em 2024.
Em sequência ao ajuste de baixa, logo pela manhã, em decorrência de declarações mais suaves (dovish) do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ao garantir que os cortes da Selic (taxa básica de juros) vão continuar, mesmo que as expectativas de inflação de longo prazo continuem acima da meta, segundo explicou o economista-chefe da Azimut Wealth Management, Gino Olivares.
Sem previsões – Sem fazer previsões para o fim do ciclo de afrouxamento monetário, Campos Neto se limitou a afirmar que este vai depender de uma série de fatores (sem revelar quais), acrescentando estar ‘confiante’ de que “somos capazes de estabilizar a inflação”, uma vez que “as expectativas de inflação, mesmo que um pouco acima da meta, estão bem-comportadas”.
Para o economista-chefe da Azimut Wealth Management, o tom adotado por Campos Neto indica que, e embora as expectativas de inflação estarem ‘desancoradas’ obriguem uma ‘postura contracionista’ por parte do BC, isso não significa que o nível de ‘aperto monetário’ tenha de ser mantido do ‘jeito que está’.
“A mensagem deveria ser entendida dessa forma: ‘estamos cortando juros porque a inflação está caindo, e poderíamos cortar mais se as expectativas estivessem ancoradas’. Não há como discordar”, explica Olivares.
Já o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, concluiu que a evolução das propostas fiscais no Congresso foi determinante para permitir a devolução parcial dos prêmios adicionados na curva nos últimos dois dias, ao passo que o exterior sofreu influência da queda das commodities. “A queda nos preços do petróleo ajuda neste momento de pressão para corte de combustíveis”, afirmou.
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