Economia
Asset do BNP Paribas vê “grande risco” de Brasil entrar em dominância fiscal sem empenho do governo
Dominância fiscal é caracterizada pelo excesso de dívida e de deterioração na perspectiva para sua trajetória.
Apesar do cenário externo positivo, o mercado financeiro do Brasil continua cético diante da falta de esforço do governo na realização de reformas estruturantes e, caso isso continue, há um “grande risco” de se entrar em dominância fiscal, afirmou nesta quarta-feira o responsável por renda fixa e multimercados da BNP Paribas Asset Management, Gilberto Kfouri.
“A gente não vê empenho em aprovar reformas estruturantes. Se você não fizer isso acho que corre um grande risco de caminhar, sim (para dominância fiscal). Não adianta esperar que as coisas melhorem por si só. Isso não acontece. As coisas não melhoram do nada”, avaliou.
A situação da dominância fiscal é caracterizada pelo excesso de dívida e de deterioração na expectativa para sua trajetória. A combinação de ambos acaba, em casos extremos, retirando da política monetária o poder de ação de controlar a inflação e, como isso, o fiscal domina o monetário.
“Não vou dizer que estamos (nessa situação). Mas podemos caminhar se nada for feito”, afirmou o executivo.
Questionado na semana passada sobre essa possibilidade, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, garantiu que “sempre haverá a possibilidade de o governo adotar medidas, do lado fiscal, por mais dolorosas que sejam essas medidas, inclusive aumentando imposto, para sair de um caso hipotético de dominância fiscal”.
Para excluir esse risco no curto prazo, Kfouri acredita que o governo deve emitir sinais mais claros de comprometimento fiscal e que isso inclui um maior esforço para aprovação da PEC Emergencial, projeto que aciona medidas de controle de despesas obrigatórias no Orçamento.
“O desafio agora é provar, mostrar ao mercado como será possível manter o teto de gastos em 2021. Hoje você fala que vai manter, mas se fizer a conta no papel é muito difícil manter”, disse ele.
“Se você abrir algo do teto, flexibilizando, acabou. É um precedente para jogar fora o teto”, avaliou.
Se o cenário atual persistir até o início de 2021, ele vê o mercado “piorando um pouquinho por dia”. “Essa piora vai acontecer até você ter uma resposta. Não dá para negligenciar”, afirmou Kfouri.
O executivo da asset do BNP sugere posições mais curtas nos mercados de títulos diante de tantos riscos, dando preferência a ações de no máximo dois anos, com posições longas somente de caráter tático, como nas NTN-B 2050.
“O prêmio está muito elevado, bastante alto, mas pode não ser tão alto assim, pode até ser baixo, se você considerar que as questões fiscais tendem a piorar. O mercado está binário”, completou.

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