Até mesmo energia solar agora é alvo de ataques cibernéticos

Nos últimos anos, a segurança cibernética tornou-se uma preocupação crescente com o avanço das tecnologias renováveis. Um exemplo claro disso são os painéis solares, que, embora promovam um futuro mais sustentável, também introduzem novas vulnerabilidades na infraestrutura de energia.

Na Europa, mais de 200 ataques já foram registrados, o que destaca a urgência de aprimorar medidas de proteção. Assim, com o crescente número de painéis solares conectados à rede elétrica, surgem novos alvos para hackers explorarem.

Um especialista em tecnologia da Grécia, Vangelis Stykas, demonstrou como, com apenas um notebook e um celular, é possível acessar sistemas de painéis solares em todo o mundo, algo que ameaça o equilíbrio energético.

Tal facilidade de invasão é um alerta para empresas e governos que investem em energias renováveis.

Painéis solares são implementados cada vez mais no mundo – Imagem: reprodução/American Public Power Association/Unsplash

Desafios de segurança e medidas adotadas

A Agência Internacional de Energia relatou que os ataques semanais a empresas de energia dobraram nos últimos anos.

Além de resgates financeiros, tais invasões podem ter motivações geopolíticas, como foi observado na guerra entre Ucrânia e Rússia.

Por isso, a segurança cibernética precisa acompanhar o ritmo da transição energética para evitar cenários desastrosos.

Frente a essas ameaças, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a União Europeia realizaram simulações, como o Locked Shields e o Cyber Europe, a fim de identificar e corrigir falhas.

A Comissão Europeia também estabeleceu normas rigorosas para que as empresas fortaleçam seus sistemas em um intervalo de 18 meses, com o objetivo de mitigar os riscos.

Energia solar no Brasil

Aqui, por sua vez, tem ocorrido um aumento significativo na capacidade de energia solar. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) indicam um crescimento de 37.837 megawatts para 45.736 megawatts entre 2023 e 2024.

Tal avanço representa mais de 19% da matriz elétrica nacional, o que abrange tanto usinas quanto instalações em residências e comércios.

Embora a expansão de energias limpas seja essencial, garantir a segurança também é crucial. A pressão para acelerar a transição não pode comprometer a integridade dos sistemas.

Especialistas enfatizam a necessidade de equilibrar a velocidade e a segurança, mas como isso será alcançado ainda é uma questão em aberto.