Economia
Até que ponto vale a pena a abertura de economias da Europa até o Natal?
Neste ano, há risco de que uma reabertura prematura do comércio possa gerar uma terceira onda de infecções por coronavírus.
Governos europeus adotaram lockdowns de novembro até o início de dezembro na esperança de abrir suas economias para as festividades do final de ano, mas ainda não se sabe até que ponto vale a pena tentar salvar a economia do Natal.
Apesar dos números indicarem que os setores de varejo e hotelaria tendem a receber um impulso líquido nessa época, não está definido se isso realmente terá algum benefício para economia mas ampla.
A questão em 2020 é ainda mais relevante devido ao risco de que uma reabertura prematura possa gerar uma terceira onda de infecções por coronavírus com resultados terríveis para a saúde pública, o crescimento econômico e o emprego.
Um dos exemplos são as compras. Reino Unido (639 euros per capita), Espanha (554), Itália (549), Alemanha (488) e Portugal (387) são, de acordo com uma pesquisa da Deloitte, os cinco países que mais gastam no Natal na Europa.
O momento é uma oportunidade única e significativa para o setor de varejo, uma vez que no Reino Unido, as vendas de dezembro estão normalmente em torno de 12% do total anual, quase o dobro do que corresponderia a média de outro mês.
Ainda que os gastos sejam menores em janeiro, conforme que os consumidores se retraem, economistas afirmam que o efeito líquido é sempre positivo.
Considerando esse cenário, a adoção em toda a Europa do dia da Black Friday no final de novembro deixou a corrida até o Natal menos crítica. Já o aumento do volume de compras online torna menos essencial a abertura de algumas lojas físicas.
A associação varejista alemã HDE estima que as vendas em novembro e dezembro vão ter alta de 1,2% na comparação anual, impulsionadas pelas vendas online, alimentos, móveis e equipamentos, embora os varejistas físicos de roupas, perfumes e brinquedos devam sofrer.
Além disso, mesmo que os consumidores não façam compras antes do Natal, isso nem sempre é um sinal de que a economia está perdendo.
“Os padrões de consumo também mudam — não gastar com bebidas em uma festa de Natal se traduz na compra de móveis novos, etc.”, disse o , economista-chefe Paul Donovando, do UBS Global Health Management.
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