Economia
Aversão ao risco e ameaça de ‘puxada de juros’ não evitam avanço do petróleo
Commodity sobe, mesmo com preocupação do mercado com a demanda e aperto do Fed
A despeito do aumento da aversão ao risco de uma eventual queda abrupta de demanda da commodity e da sinalização do presidente do Federal Reserve (Fed) – bc estadunidense – Jerome Powell, que não descartou novo aumento de juros nos EUA, as cotações futuras do petróleo exibiram alta moderada, na sessão desta quinta-feira (9), denotando ganhos limitados aos investidores.
Como reflexo, o tipo WTI (referência ianque), negociado para dezembro na New York Mercantile Exchange (Nymex), encerrou as negociações em alta de 0,54% (+US$ 0,41), a US$ 75,74, ao passo que o Brent (referência global) para janeiro próximo, negociado na Intercontinental Exchange (ICE) fechou a sessão com avanço de 0,59% (+US$ 0,47), a US$ 80,01 o barril.
Em discurso proferido no meio da tarde de hoje (9), Powell afirmou que ‘não hesitaria’ em defender um ‘aperto monetário adicional’, caso entendesse como necessário. O tom do dirigente ianque contribuiu para elevar a ‘dose’ de aversão global ao risco, fazendo com que a commodity ‘devolvesse’ boa parte dos ganhos de mais de 1% exibidos, na maior parte da sessão.
Mesmo que a valorização do petróleo fosse mais expressiva na sessão dessa quinta, o acumulado da semana ainda exibiria perdas, segundo aponta a consultoria de investimentos britânica City Index, em relatório, para quem o ‘abrandamento da tensão sobre os efeitos de do conflito do Oriente Médio na oferta global da commodity fez com que os traders voltassem a se concentrar nos ‘fundamentos do mercado’.
“O petróleo é negociado nos níveis mais fracos desde julho, à medida que as perspectivas para a demanda se deterioram. Os dados fracos da China realçam a fragilidade da recuperação econômica no maior importador de petróleo do mundo”, destacou a City Index.
No extremo Oriente, a deflação, mostrada pelos índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) na China em outubro, foi interpretada pelo mercado como ‘mais um sinal de fraqueza’ da segunda maior economia do mundo e maior importadora de commodities.
Já no Ocidente, a analista da Stonex, Isabela Garcia, destaca o aumento dos estoques de petróleo dos EUA que, somados aos demais fatores, poderão limitar os ganhos do petróleo no curto prazo. “No geral, a gente entende que o mercado agora olha para a demanda, depois de passar a maior parte de outubro precificando o conflito em Gaza. Isso pode continuar motivando a queda nos preços, caso não se tenha notícias indicando restrição de oferta ou notícias mais positivas em relação à demanda de importantes players”, concluiu a analista da Stonex.
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