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Economia

Balança comercial tem superávit recorde em fevereiro; veja

Dados do MDIC.

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Balança comercial registra superávit de US$ 1,395 bilhão

Impulsionada pelas exportações de petróleo e pela robusta safra de algodão, soja e café, a balança comercial brasileira – diferença entre exportações e importações – registrou um superávit de US$ 5,447 bilhões em fevereiro de 2024, conforme divulgado ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Este resultado é o melhor já registrado para meses de fevereiro e representa um aumento de 111,8% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Com o desempenho positivo de fevereiro, a balança comercial acumula um superávit de US$ 11,942 bilhões nos dois primeiros meses deste ano, marcando o maior resultado para esse período desde o início da série histórica em 1989. Isso representa um aumento de 145,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em termos mensais, as exportações aumentaram, enquanto as importações permaneceram relativamente estáveis. No último mês, o Brasil exportou US$ 23,538 bilhões, um aumento de 16,3% em relação ao mesmo período de 2023, o que representa o maior valor exportado para meses de fevereiro desde o início da série histórica. As importações totalizaram US$ 17,67 bilhões, um aumento de 2,4%.

Balança comercial

Do lado das exportações, a safra recorde de café e soja e a recuperação dos preços do açúcar e do minério de ferro compensaram a queda nos preços internacionais de algumas commodities. Além disso, as exportações de petróleo bruto aumentaram 119,7%, beneficiadas pelo atraso na contabilização de algumas exportações.

Já do lado das importações, a redução nas compras de petróleo, seus derivados e compostos químicos foi o principal responsável pelo saldo positivo na balança comercial.

Após atingirem recordes em 2022, em decorrência do início da guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços das commodities diminuíram desde a metade de 2023. No entanto, a exceção é o minério de ferro, cujos preços têm aumentado devido aos estímulos econômicos da China, principal compradora do produto.

Mercadorias

Em fevereiro passado, o volume de mercadorias exportadas aumentou 20,9%, enquanto os preços caíram 3,8% em média em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Nas importações, a quantidade de produtos adquiridos aumentou 13,3%, mas os preços médios caíram 10,4%.

Nos setores específicos, na agropecuária, a safra de grãos e de algodão impulsionou as exportações, enquanto na indústria de transformação, a quantidade exportada aumentou 6%, com uma leve queda de 0,6% nos preços médios. Na indústria extrativa, que inclui a exportação de minérios e petróleo, houve um aumento de 61% na quantidade exportada, enquanto os preços médios subiram apenas 1,9%.

Dentre os produtos agropecuários, destacam-se as exportações de algodão bruto (498,1%), café não torrado (71,5%) e soja (4,5%). Em valores absolutos, o destaque positivo é o algodão, cujas exportações aumentaram US$ 406,5 milhões em relação a fevereiro do ano passado.

Indústria

Na indústria extrativa, os principais aumentos foram registrados nas exportações de óleos brutos de petróleo (119,7%) e minério de ferro (41,4%). No caso do minério de ferro, a quantidade exportada aumentou 21,4%, e os preços médios subiram 16,5%.

Por fim, na indústria de transformação, os maiores aumentos foram observados nas exportações de açúcares e melaços (201,2%), carne bovina (32,2%) e farelos de soja e outros alimentos para animais (9,8%). A crise econômica na Argentina, principal destino das manufaturas brasileiras, também influenciou no crescimento das exportações dessa categoria. As vendas para o país vizinho caíram 30% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado.

Importações

No que diz respeito às importações, os principais recuos foram registrados nos seguintes produtos: cevada não moída (50,8%), soja (44%) e látex e borracha natural (38,8%), na agropecuária; minérios de cobre (100%) e óleos brutos de petróleo (16,8%), na indústria extrativa; compostos organo-inorgânicos (21,8%) e adubos ou fertilizantes químicos (32%), na indústria de transformação.

Em relação aos fertilizantes, cujas compras do exterior ainda são impactadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços médios caíram 25,5%, e a quantidade importada recuou 8,8%.

Apesar da desvalorização das commodities, o governo estima um superávit de US$ 94,4 bilhões para este ano, com uma queda de 4,5% em relação a 2023. As projeções indicam que as exportações subirão 2,5% este ano, totalizando US$ 348,2 bilhões, enquanto as importações avançarão 5,4%, alcançando US$ 253,8 bilhões. Essas previsões são um pouco mais otimistas do que as do mercado financeiro, que projeta um superávit de US$ 80,98 bilhões para este ano, segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central.

(Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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