Banco Master obtém lucro de R$ 1 bilhão em 2024

O Banco Master anunciou um lucro de R$ 1 bilhão em 2024, quase o dobro do valor de R$ 523 milhões registrado no ano anterior. A divulgação do balanço, realizada dia 1º, revela um crescimento expressivo da instituição, que também se encontra no centro de uma polêmica envolvendo uma tentativa de aquisição.

O aumento significativo no lucro da instituição está relacionado aos bons resultados operacionais e a uma série de capitalizações que elevaram o patrimônio líquido do banco de R$ 2,3 bilhões em 2023 para R$ 4,7 bilhões em 2024. Os ativos totais da instituição alcançaram R$ 63 bilhões, um crescimento substancial em comparação aos R$ 36 bilhões no ano anterior.

A carteira de crédito do Banco Master também teve um aumento considerável, fechando o ano em R$ 40,31 bilhões. O Retorno sobre Patrimônio (ROE) da instituição atingiu 28,5%, superando o de grandes bancos, como o Banco do Brasil, que registrou um ROE de 21,4% no mesmo período.

Em relação às receitas, as operações de crédito geraram R$ 4,2 bilhões, um aumento de 54,16% em relação aos R$ 2,7 bilhões de 2023. Já o lucro obtido com operações de títulos e valores mobiliários aumentou de R$ 1,7 bilhão em 2023 para R$ 2,5 bilhões em 2024. A instituição atribui grande parte do crescimento à sua maior atuação no varejo, especialmente com investimentos na concessão de crédito consignado por meio da Credcesta e o aumento da base de clientes do Will Bank, o braço digital da instituição, que tem grande presença no Nordeste. O Banco Master também destacou a aquisição do banco de negócios Voiter, realizada no ano passado com o aval do Banco Central.

Para otimizar os custos operacionais, a instituição unificou as operações do Will Bank, da Credcesta e da seguradora Kovr. Além disso, ampliou o investimento em governança, criando um conselho consultivo e comitês, como o de auditoria.

Investigação sobre Tentativa de Aquisição

A tentativa de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) está sendo investigada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. O Ministério Público de Contas do DF também anunciou que vai apurar a negociação. A tentativa de aquisição gerou controvérsias, com preocupações em torno da possível gestão inadequada do BRB, levando o Sindicato dos Bancários de Brasília a pedir que o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitem o negócio. O sindicato também não descarta recorrer à Justiça.

Na sexta-feira (28), o BRB anunciou a intenção de adquirir o Banco Master por R$ 2 bilhões, ficando com 58% do capital total e 49% das ações ordinárias da instituição. A proposta gerou polêmica devido à política agressiva de captação de recursos do Banco Master, que oferece rendimentos de até 140% do CDI, muito acima da média dos bancos pequenos, que variam entre 110% e 120% do CDI.

Além disso, a credibilidade do Banco Master tem sido questionada, especialmente após tentativas frustradas de emissão de títulos em dólares e operações envolvendo precatórios, títulos de dívidas do governo com sentença judicial definitiva. Recentemente, o BTG Pactual também ofereceu apenas R$ 1 para assumir o controle do Banco Master e seus passivos, mas a falta de acordo entre os bancos que contribuem para o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) impediu que o negócio fosse concluído.

A situação permanece em investigação, e a continuidade da tentativa de aquisição pelo BRB segue sob análise das autoridades.

(Com Agência Brasil).