Banco Safra questiona Americanas na Justiça

O Banco Safra questionou a Americanas (AMER3) na Justiça por pagamento antecipado de R$ 1 bilhão.

A instituição financeira é uma das credoras da varejista, e o referido pagamento está relacionado a títulos de dívida feito pouco antes de a companhia anunciar “inconsistências contábeis” e entrar em recuperação judicial.

Levantamento da Folha de S.Paulo aponta que na petição o Safra fala em “conduta suspeita e peculiar” do grupo Americanas, “que merece atenta e específica avaliação”.

De acordo com o jornal, o banco denunciou o que entende ter sido uma “conduta suspeita e peculiar” do Grupo Americanas.

A ação AMER3 encerrou o dia 20 cotada a R$ 0,81.

Safra versus Americanas

Os títulos a que o Safra menciona dizem respeito à 13ª emissão de debêntures (títulos de dívida) da empresa.

Na petição, a instituição financeira afirma que esses créditos foram “estranha e coincidentemente” antecipados e quitados em 11 de janeiro de 2023, no mesmo dia da publicação do fato relevante em que o grupo anunciou “inconsistências contábeis”, ou simplesmente um rombo, de R$ 20 bilhões nas suas contas. Poucos dias depois do anúncio, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial.

O objetivo da petição por parte do Safra é fazer com que a 4ª Vara Empresarial determine a volta desses valores para o conjunto de ativos da recuperação, de modo a evitar o favorecimento de determinados credores em prejuízo aos demais. Na petição, o Safra diz que é detentor de um crédito de R$ 2 bilhões junto à Americanas.

O caso

Vale lembrar que na primeira semana de janeiro o ex-CEO Sergio Rial trouxe à tona a informação de inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões. Na sequência, ele deixou a companhia menos de dez dias depois de ter assumido o cargo.

Em duas semanas a Americanas já estava em Recuperação Judicial e os administradores delegados pela Justiça comunicaram que o volume total de dividas da companhia chegava a R$ 40 bilhões.