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BC: “Inflação de demanda justifica manutenção de juros altos”
Segundo Campos Neto, ‘rigidez do orçamento’ também é determinante para aperto monetário
A continuidade da chamada ‘inflação de demanda’ é a principal razão pela qual a taxa básica de juros da economia (Selic) tem sido mantida no atual patamar elevado (13,75% ao ano). O argumento foi transmitido pelo presidente Roberto Campos Neto, durante sua participação, nesta sexta-feira (21), na “Lide Brazil Conference London”, evento que reúne o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), na capital britânica.
Trocando em miúdos, de acordo com a Wikipedia, inflação de demanda ocorre “quando a demanda agregada em uma economia supera a oferta agregada, ou seja, a inflação continua aumentando à medida que o Produto Interno Bruto real cresce e o desemprego cai”. Explicando melhor ainda, o fenômeno caracteriza uma situação em que a renda e o consumo continuam avançando, em meio à redução do desemprego, o que contribui para manter elevados os índices inflacionários.
Mas o comandante da autoridade monetária apontou outro fator determinante para a persistência da Selic nas alturas. Segundo ele, a situação fiscal do país justificaria a necessidade de manter a Selic em nível mais alto do que nos demais países, uma que “a ‘rigidez’ do orçamento nacional ‘tira a potência’ da política monetária”.
Aos que atribuem a ‘persistência da inflação’ à existência de um ‘choque de oferta’, o dirigente do BC respondeu que ‘isso não é verdade’, uma vez que, hoje, há mais componentes de demanda na inflação do que de oferta.
“E mesmo que a inflação fosse de oferta, os BCs têm por obrigação combater os efeitos secundários, que é quando os efeitos de uma inflação de oferta se propagam na cadeia”, disse. Ele argumentou que há vários estudos mostrando que, quando a inflação sai do controle, as empresas brasileiras se adaptam rapidamente, os ricos se adaptam rapidamente, mas os pobres não. Ele destacou que a inflação é um grande instrumento promotor de desigualdade e pobreza no Brasil”, disparou.
Convidado para o painel intitulado “Os Novos Instrumentos Como Fatores de Desenvolvimento das Nações: o papel das moedas digitais do Open Finance e as Perspectivas de Inflação, Juros e Câmbio”, Campos Neto reiterou sua defesa do sistema de metas de inflação, em resposta aos críticos da atuação do BC, argumentando que o descumprimento de tais metas, já por três anos seguidos, estaria ‘em linha com as diretrizes de “bancos centrais de economias similares, que deixaram de cumprir seus respectivos objetivos”.
Enquanto a meta de inflação para este ano foi fixada em 3,25% – e em 3% para 2024 – pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o IPCA (índice oficial) nos últimos 12 meses, contados até março, já soma 4,65%. Ao mesmo tempo, parte do mercado nutre a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima reunião que ocorre nos dias 2 e 3 de maio, aponte a redução da Selic.
Independência é crucial – Em sua preleção em Londres, numa resposta endereçada àqueles que pressionam pela queda abrupta da Selic, Campos Neto sustentou, ainda, que a “independência do Banco Central é crucial à economia”, uma vez que “o debate sobre taxas de juros é uma coisa normal”, o que “precisamos é melhorar a comunicação do que fazemos, como tomamos decisões”. Segundo ele, “o que fazemos é por razões técnicas, não políticas”, acrescentando que baixar os juros “só funciona no crédito se houver credibilidade”.
Sem ceder às pressões contrárias à atual política monetária restrita da autarquia, o xerife do real lembrou que o BC “fez a maior alta de juros da história mundial em período eleitoral, o que “mostra que o Banco Central é bastante independente”, emendando que “fomos muito independentes durante o processo eleitoral (presidencial). Se não tivéssemos aumentado os juros durante as eleições, a inflação seria maior”.
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