Biden não pretende cancelar Fase 1 de acordo comercial com a China imediatamente

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que não irá cancelar imediatamente a Fase 1 do acordo que o presidente Donald Trump fechou com a China nem adotar medidas para remover tarifas sobre as exportações chinesas.

Em entrevista ao colunista Thomas Friedman, publicada no New York Times desta quarta-feira, Biden deu pistas sobre como o novo governo vai proceder sobre a política externa, e disse que sua maior prioridade é conseguir um pacote de estímulo generoso no Congresso, mesmo antes de assumir.

“Não vou adotar nenhuma medida imediata, e o mesmo se aplica às tarifas. Não vou prejudicar minhas opções”, declarou o próximo presidente dos EUA.

Biden disse ainda que vai buscar políticas que tenham como alvo “as práticas abusivas da China”, entre elas “roubo de propriedade intelectual e subsídios ilegais a corporações”, além de forçar “transferências tecnológicas” de empresas dos EUA a chinesas.

No entanto, o democrata também destacou a necessidade de desenvolver um consenso bipartidário no país e focar em esforços do governo para investimentos em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura e educação que permita às empresas competir melhor com rivais chinesas.

“Quero garantir que vamos lutar como nunca investindo na América primeiro”, completou Biden.

Na Fase 1 do acordo comercial assinado este ano, a China se comprometeu a aumentar as compras de produtos e serviços norte-americanos em ao menos 200 bilhões de dólares entre 2020 e 2021.

O acordo também manteve tarifas de 25% sobre um total de 250 bilhões de dólares em produtos industriais e componentes chineses usados por indústrias dos EUA, e tarifas retaliatórias da China a mais de 100 bilhões de dólares em produtos dos EUA.