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BNDES assina contrato de financiamento para investimento no RJ

A Pequena África localiza-se na região central.

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou um contrato de financiamento de R$ 10 milhões com um consórcio de organizações negras para impulsionar as instituições de memória no território da Pequena África, localizado na região central do Rio de Janeiro. Esta área abriga o sítio arqueológico Cais do Valongo, reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco e que foi o principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil.

O consórcio vencedor do projeto, denominado Viva Pequena África, é composto pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), PretaHub e Diaspora.Black. O financiamento do BNDES é feito por meio da Área de Desenvolvimento Social e Gestão Pública, com a expectativa de que o investimento total alcance R$ 20 milhões, sendo os outros R$ 10 milhões captados junto a doadores.

O projeto será desenvolvido em cinco eixos principais. O primeiro envolve um investimento de R$ 11 milhões em iniciativas culturais baseadas na identidade e criatividade negra, além de capacitação e fortalecimento das organizações sociais. O segundo eixo, com orçamento de R$ 2 milhões, visa a realização da Mostra Cultural Viva Pequena África e a criação do Selo Viva Pequena África.

BNDES

O terceiro eixo, com investimento de R$ 500 mil, prevê a organização do Seminário Internacional Viva Pequena África, que discutirá a valorização, proteção e difusão do patrimônio cultural. O quarto eixo, com aporte de R$ 548 mil, será focado na sistematização das tecnologias sociais desenvolvidas pela comunidade, na criação de memórias e na elaboração de novas narrativas de empoderamento social. Já o quinto eixo, no valor de R$ 1,7 milhão, será destinado ao mapeamento dos territórios de memória afro-brasileira e ao investimento em projetos de desenvolvimento local.

Antonio Pita, cofundador e COO da Diaspora.Black, destacou a importância do projeto: “Estamos muito felizes em fazer parte desse consórcio e dessa iniciativa pioneira, que ressalta a Pequena África não apenas como um local de memória e resistência, mas também como um motor de desenvolvimento econômico sustentável para a população negra. Vamos consolidar o território como principal destino de afroturismo no mundo, com o protagonismo da comunidade local.”

O BNDES ressaltou que a seleção do consórcio foi baseada em critérios de equidade racial e incluiu a escuta ativa de instituições e atores locais. Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, afirmou que o processo foi fundamental para evitar os efeitos negativos de intervenções anteriores, como gentrificação e exclusão social. “Buscamos a participação e o empoderamento dos coletivos locais para evitar a segregação socioespacial”, explicou.

Pequena África

A Pequena África está inserida em um estudo estruturado pela Área de Soluções para Cidades do BNDES, entregue à Prefeitura do Rio em dezembro de 2023. O projeto inclui a revitalização de áreas do “Distrito da Vivência e Memória Africana no Rio de Janeiro” e a conservação de locais históricos como o Centro Cultural José Bonifácio, o Cemitério dos Pretos Novos, o Cais do Valongo e da Imperatriz, os Jardins do Valongo, o Largo do Depósito e a Pedra do Sal.

Durante o evento, o BNDES também anunciou sua adesão ao Movimento pela Equidade Racial (Mover) e ao Índice de Equidade Racial nas Empresas (Iere), da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial. A instituição assumiu dez compromissos para promover a igualdade racial e combater o racismo e a discriminação no ambiente corporativo.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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