Economia
Boletim Focus aumenta, pela 7ª vez, estimativa de inflação para este ano
Segundo o mercado financeiro, IPCA deve fechar 2023 em 5,74% e não mais em 5,48%
Pela sétima vez seguida, o mercado financeiro – por meio do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) – projetou alta para a inflação deste ano, desta vez de 5,48% para 5,74%, da variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que se distancia, ainda mais, do centro da meta de inflação traçada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25% (banda mínima de 1,75% e máxima de 4,75%). Há um mês, a previsão era de 5,31%. A inflação para 2024 avançou de 3,84% para 3,90%. A projeção para 2025 foi mantida em 3,50% e a de 2026 subiu de 3,47% para 3,50%.
O avanço no indicador reflete, sobretudo, pela expectativa de alta dos preços administrados em 2023, agora reajustada de 7,25% para 8,39%, para 6,77%, há um mês. Para 2024, a estimativa é de que tais preços subam de 4,12% para 4,20, cresçam de 3,58% para 3,67% para 2025, se mantendo em 3,50% no ano seguinte.
No que toca ao desempenho da economia, o mercado aposta que este ano o PIB avance 0,80% e não mais 0,79%, tendo sido mantido em 1,5% em 2024, enquanto para 2025, a previsão é de queda (de 1,90% para 1,89%), enquanto que para 2026, a previsão permaneceu em 2%.
Apesar dos sinais múltiplos e explícitos de desaceleração econômica, a persistência de avanço dos indicadores inflacionários mantém a previsão da taxa básica de juros (Selic) nos mesmos 12,50% ao ano anteriores, assim como em 9,5% ao ano para 2024; de 8,5% ao ano em 2025, mas elevação de 8,25% para 8,5% ao ano para 2026.
No plano cambial, a expectativa do mercado é de recuo do dólar, de R$ 5,28 para R$ 5,25 neste ano, embora a cotação da moeda ianque tenha ficado R$ 5,30 para 2024, 2025 e 2026.
Em que pese a previsão do mercado, de um avanço de 3,84% para 3,90% para 2024, em carta ao Ministério da Fazenda, o BC garante que converterá o indicador à meta do CMN ao patamar de 3%, e para 2,88% para 2025. Para ambos os anos, a meta do conselho é de 3% para o IPCA.
A perspectiva, portanto, é de que a autoridade monetária mantenha elevada a Selic, pelo menos, enquanto a inflação não der sinais de trégua, o que pode comprometer, ainda mais, a retomada do crescimento da economia este ano.
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