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Depois de cair quase 2%, Ibovespa fecha em alta mínima de 0,2%

Mercado se ressente de efeito negativo de Lei das Estatais; Petrobras ‘encolhe’ R$ 117 bi, em valor de mercado

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Um tombo monumental. É esse o ‘estrago’ apurado pelo mercado de capitais nacional, nesta quarta-feira (14) – antes mesmo de se consumar a posse, a 1º de janeiro próximo, do governo eleito – em decorrência da aprovação, ‘a toque de caixa’ – como cunhou o mercado – da mudança casuística (por interesse político imediatista) da Lei das Estatais, com o objetivo de, tão-somente, dar posse no comando do BNDES à estrela petista, o ex-ministro Aloizio Mercadante, encurtando de três anos (36 meses) para 30 dias o prazo de quarentena para que este assuma posto da instituição. Outro cotado, mas para presidência da Petrobras, é o senador petista Jean Prates (RN).

Em passado recente, na era Dilma, o BNDES foi protagonista de escândalos financeiros em série, ao patrocinar financiamentos bilionários a regimes de esquerda, sempre a fundo perdido, cujas dívidas só deverão ser quitadas pelas futuras gerações de brasileiros, além de ‘quebrar’ a Petrobras, que passou de superavitária a endividada internacionalmente, até hoje.

Mais relevante do que a pontual queda do Ibovespa – que chegou próxima a 2%, nesta quarta-feira (14), mas fechou em alta mínima de 0,20%, ou do recuo superior a 10% dos papéis da petroleira – importa notar a sinalização do movimento petista, que novamente penaliza a Petrobras, com a perda de mais de R$ 1117 bilhões de seu valor de mercado, desde a vitória do partido, no segundo turno das eleições. Mas a responsabilidade, por eventuais perdas futuras, também pode ser compartilhada com o Congresso, que sancionou, por ampla maioria, as mudanças drásticas na Lei das Estatais, tendo em vista favorecer a sanha intervencionista da legenda de esquerda.

Mais uma vez, o foco da arbitrariedade federal volta-se à Petrobras, agora ameaçada pela legislação que deveria preservá-la de interesses políticos imediatistas, como admite o banco Goldman Sachs, ao comentar que, “no longo prazo, teremos pouca ‘visibilidade’ sobre a abordagem da nova administração (da estatal)”.

Posição semelhante apresentam analistas do BTG Pactual, para quem a medida legislativa é “indiscutivelmente negativa para a Petrobras (e a outras estatais brasileiras), pois elimina um dos principais mecanismos de defesa da influência política na empresa”.

Em editorial, o Estadão chama a atenção para o fato de que a modificação recente da Lei das Estatais acabou criando “níveis mínimos de governança para o comando das empresas públicas”, acentuando que “exigir dos executivos e conselheiros formação específica, experiência prévia ou que tenham trabalhado no setor em que a companhia atua não é nenhum absurdo”, e que “o risco de estes serem responsabilizados por atos que venham a prejudicá-la tende a conduzir à tomada de decisões tecnicamente fundamentadas”.

Mais incisivo, o procurador do Ministério Púbico de São Paulo e presidente do Instituto “Não Aceito Corrupção”, Roberto Livianu, defende que a mudança que afeta as estatais seja sumariamente derrubada pelo Senado, depois de passar pela Câmara. “Me parece que não foi um bom passo. São mudanças para agradar interesses casuístas e oportunistas, que vêm na contramão do interesse público”, disparou.

Ao fechar em queda de 0,58%, aos 106.759,92 pontos (segunda sessão seguida de perdas), o Ibovespa abriu o caminho para a quarta valorização consecutiva do dólar (0,35%), agora cotado a R$ 5,694.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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