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Economia

Brasil planeja implementar 29 novos parques tecnológicos

Levantamento da InovaData.

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Os parques tecnológicos, ambientes que unem universidades, empresas e governos para transformar ideias em produtos e serviços inovadores, completam quatro décadas de existência no Brasil. Em dezembro de 1984, os primeiros parques de São Carlos (SP) e Campina Grande (PB) iniciaram suas operações, marcando o começo de um movimento que hoje abrange 64 parques em funcionamento, conforme dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Além dos ativos, há outros 29 parques em implantação e oito em planejamento, segundo a plataforma InovaData. Esses espaços são considerados fundamentais para o avanço do país em áreas estratégicas como ciência, tecnologia, transição energética e bioeconomia. “Os parques tecnológicos são protagonistas no esforço por sustentabilidade, desenvolvimento e inclusão, além de posicionarem o Brasil como referência em inovação e tecnologia”, destaca Sheila Pires, diretora de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do MCTI.

Embora o Brasil tenha registrado avanços significativos, ainda há desafios a superar, como a interiorização e expansão para regiões menos atendidas, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Sheila Pires ressalta a concentração de parques nas regiões Sul e Sudeste e aponta a necessidade de equilibrar essa distribuição: “Na região Norte, por exemplo, apenas o PCT-Guamá, no Pará, está em operação, enquanto outras iniciativas ainda estão em fase inicial.”

O impacto econômico dos parques é expressivo. Segundo Adriana Ferreira de Faria, presidente da Anprotec, as cerca de 3 mil empresas neles incubadas geraram R$ 15 bilhões em faturamento e mais de 75 mil empregos em 2023. “Os resultados mostram como esses ambientes são cruciais para o desenvolvimento local e nacional. Além disso, muitos parques ainda são jovens, e o potencial de crescimento é enorme”, afirma Adriana.

Parques tecnológicos

A história dos parques tecnológicos no Brasil começou em 1984, sob a liderança de Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, então presidente do CNPq. Inspirado por modelos internacionais, Albuquerque promoveu a criação de centros que conectassem universidades, centros de pesquisa e o mercado.

Entre os pioneiros, o Parque de São Carlos, fundado em 16 de dezembro de 1984, destacou-se ao incubar a primeira empresa da América Latina, a Opto Eletrônica. “A Opto foi a primeira a produzir lasers no hemisfério sul e introduziu leitores de código de barras no Brasil”, conta Sylvio Goulart Rosa Júnior, diretor técnico do parque. A iniciativa também transformou a cidade, que hoje possui alta qualidade de vida e forte concentração de doutores.

Expansão e integração 

Outro exemplo de destaque é o Parque de Inovação Tecnológica (PIT) de São José dos Campos (SP), criado em 2006. Com cerca de 400 empresas, o PIT reúne setores aeroespaciais e outras áreas tecnológicas. Além disso, abrange polos universitários e órgãos governamentais, como o Cemaden, destacando-se como um centro estratégico para inovação.

Empresas como a Tria Software, que desenvolve soluções tecnológicas, reconhecem a importância desse ambiente colaborativo. “O PIT nos oferece troca constante com grandes empresas e acelera nosso desenvolvimento”, afirma Angela Moura, gerente de marketing da Tria.

Perspectivas 

Sheila Pires enfatiza que os parques tecnológicos promovem um ciclo virtuoso ao transformar pesquisas em soluções de mercado. “Eles geram novas empresas, atraem investimentos e integram ciência e tecnologia ao setor produtivo”, afirma.

Com uma trajetória consolidada e grande potencial de expansão, os parques tecnológicos brasileiros seguem como pilares para a inovação e o desenvolvimento econômico do país.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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