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Brasileiro trabalha quase cinco meses do ano ‘só’ para pagar impostos
Segundo o IBPT, ‘voracidade’ tributária ‘engole’ 40,28% da renda média anual do contribuinte
Quase cinco meses no ano ou exatos 147 dias. É esse o tempo que o brasileiro trabalha ‘somente’ para pagar impostos, sejam eles federais, estaduais ou municipais. O cálculo recente foi divulgado, nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), cujo prêmio de consolação é que o prazo citado foi reduzido em dois dias em 2023, em relação a 2022.
Ainda assim, a ‘vantagem’ entre o ano atual e o anterior seria um efeito temporário, decorrente da redução, dos mesmos dois dias, determinada por lei para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos segmentos de combustíveis, energia elétrica, comunicação e transporte coletivo.
Outro exemplo estarrecedor da voracidade fiscal tupiniquim, dado pelo IBPT, é o de que 40,28% da renda do brasileiro, em média, é ‘engolida’ com a tributação sobre a renda, o patrimônio e o consumo. Melhor ainda seria aferir o nível de retorno de tal avalanche de bilhões de reais, todos os anos, sem falta, à sociedade civil, sempre pagadora, e cada vez mais inadimplente.
Com base nos tributos incidentes sobre o salário, o consumo, o patrimônio e em tributações diversas, o estudo do IBPT leva em conta faixas salariais de R$ 3 mil, R$ 10 mil e acima de R$ 10 mil.
Para se ter uma ideia melhor da montanha de dinheiro proporcionada pelo aparato fiscal-tributário do país, basta saber que, em abril último, o Impostômetro – sistema da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) – atingiu a incrível marca de R$ 1 trilhão em impostos, taxas, multas e contribuições pagos pelos brasileiros apenas este ano, ou seja, uma cifra obtida em somente quatro meses. Tal montante teria sido atingido em 2023, com uma semana antecedência para 2022.
De acordo com o economista Marcel Solimeo, da ACSP, “a alta de impostos que tivemos aconteceu pelo aumento da inflação, que incide diretamente nos preços dos produtos e eleva a arrecadação”.
Criado em 2005, o Impostômetro pode ser acompanhado via Internet, onde o contribuinte poderá monitorar a arrecadação de tributos em níveis federal, estadual e municipal.
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