Empresas
Braskem: CPI ouvirá representantes de empresas de consultoria
Companhia é uma petroquímica.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem (BRKM5) agendou para o dia 24, a partir das 9h, o depoimento de três técnicos e representantes de empresas que prestaram serviços de consultoria para a mineradora. As convocações dos depoentes foram propostas pelo relator da comissão, senador Rogério Carvalho (PT-SE).
Segundo o relator, o engenheiro Alvaro Maia da Costa é o autor de um relatório técnico da empresa Modecom, datado de 2021, que abordou a análise geomecânica das cavernas de extração de sal-gema pela Braskem em Maceió, onde ocorreram afundamentos de solo em 15 bairros. Durante o depoimento, Rogério Carvalho espera obter detalhes sobre o estudo realizado, incluindo as condições dos fenômenos de deformação na área explorada pela Braskem.
Também será ouvido o engenheiro Roberto Fernando dos Santos Faria, da empresa Concrete Ltda. Segundo o relator, em julho de 2018, a companhia apresentou um relatório técnico sobre as estruturas próximas às minas de sal-gema, indicando que os problemas estruturais identificados em casas e muros na região não estavam relacionados às atividades de mineração da Braskem, mas sim a deficiências tecnológicas e falta de manutenção. No entanto, estudos técnicos posteriores demonstraram o contrário, apontando que a catástrofe ambiental foi provocada pela mineração operada pela Braskem.
Braskem (BRKM5)
O terceiro depoimento agendado é o de Vitor José Campos Bourbon, engenheiro de controle e automação, um dos responsáveis por assinar um laudo da empresa Flodim. A companhia foi contratada pela Braskem para realizar exames de sonar e analisar a estabilidade e subsidência de cavernas de mineração em Maceió. Rogério Carvalho afirma que os exames não foram realizados conforme o plano de lavra e recomendações técnicas, e que a Flodim, em um documento de 2013, descartou a existência de danos diretos causados pela atividade de extração de sal-gema.
A CPI foi instaurada para investigar as consequências do afundamento do solo em áreas próximas a minas de exploração da Braskem em Maceió, com tremores registrados a partir de 2018. O colegiado busca esclarecer a responsabilidade da empresa no caso, que resultou em prejuízos bilionários e afetou milhares de pessoas na capital alagoana. Presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), a comissão tem prazo de funcionamento até o dia 22 de maio, podendo ser prorrogado.
(Com Agência Senado).
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