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Economia

Brics quer ser potência geopolítica pela ‘porta dos fundos’: ignora devastação da Ucrânia e violações da China

Em nome de um disfarçado pragmatismo comercial, Brics fala em comércio alternativo ao dólar e a entrada de novos membros

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Ucrânia

Enquanto na reunião do Brics os presidentes de Brasil, China, Índia e África do Sul ignoram solenemente a devastação da Ucrânia pelo quinto sócio, a Rússia, o país invadido procura desesperadamente meios de conseguir exportar seus grãos.

A Ucrânia precisa de recursos para o esforço de guerra, em regime de economia em frangalhos, mesmo que as receitas potencialmente esperadas das commodities sejam modestas depois dos extensos prejuízos à oferta em 1,6 ano de combates.

Em nome de um certo pragmatismo comercial – que também subjuga as violações aos direitos humanos e as ameaças a Taiwan pelo outro todo-poderoso membro, a China -, o Brics quer se igualmente se posicionar como força geopolítica no tabuleiro mundial desprezando elementos básicos das democracias.

O presidente Lula abordou a necessidade de o arranjo desses países sirva para se contrapor às exigências de União Europeia (UE) e dos Estados Unidos, entre outras em relação às questões ambientais e de direitos humanos como fatores que deveriam entrar nas relações comerciais.

Xi Jinping, da China, como também o seu par brasileiro, querem acelerar a entrada de novos membros ao grupo, o que acabaria muito mais como desdobramento político do que em importância econômica.

Os principais candidatos na fila, como Argentina e Venezuela, por exemplo, estão em crise sistêmica. O segundo, inclusive, é outro exemplo de ditadura, que Lula, inclusive, já relativizou, na mesma toada de “dividir” com a Ucrânia a responsabilidade por sua invasão.

Pequim, o ‘dono’ do dinheiro, acabaria por ordenar o escoamento de recursos do Banco comum ao sabor de suas intenções de dominar economicamente muitas regiões e países.

A história de moeda única ou a defesa de incentivar o uso das moedas locais nas trocas multilaterais entre todos são cortinas de fumaça, por ora.

Com mais de 40 anos de jornalismo, sempre em economia e mercados, já passou pelas principais redações do País, além de colaborações para mídias internacionais. Contato por e-mail: infomercadosbr@gmail.com

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