Tecnologia
Caixa-preta do avião: para que serve e como funciona?
Com o acidente recente da aeronave da Voepass, a caixa-preta é um item que surge na mídia e causa curiosidade sobre como é usada em situações como essa.
A aviação é um dos meios de transporte mais seguros do mundo, mas quando ocorrem acidentes, a análise detalhada das causas é essencial para melhorar mais a segurança aérea.
Em casos de acidentes, o Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é responsável pela coleta e análise dos dados contidos no objeto.
Nesse contexto, a caixa-preta, também conhecida como registrador de voo, tem um papel crucial para a análise do ocorrido em casos de acidentes, já que ela documenta dados importantes e indispensáveis do voo.
Apesar do nome, a caixa-preta não é preta, mas geralmente laranja, para facilitar sua localização em meio aos destroços, e é envolta por aço, para evitar ao máximo danos e perda dos dados.
Tal dispositivo é fundamental para entender os eventos que antecederam um acidente aéreo, investigar casos específicos e implementar medidas que possam prevenir outros desastres.
Qual a importância e como funciona a caixa-preta dos aviões – Imagem: Artem Bruk/Shutterstock
O que é a caixa-preta?
A caixa-preta é um dispositivo eletrônico composto por dois tipos principais de registradores: o CVR (Cockpit Voice Recorder) e o FDR (Flight Data Recorder).
O CVR grava as conversas, sons e alertas audíveis na cabine de comando, enquanto o FDR armazena dados técnicos do voo, como altitude, velocidade, aceleração e performance dos sistemas da aeronave.
Juntos, tais dispositivos fornecem uma visão abrangente do que ocorreu durante o voo, especialmente nos minutos que antecedem um acidente.
Os registradores são projetados para serem extremamente resistentes, capazes de suportar impactos violentos, altas temperaturas e imersão em água salgada por longos períodos.
O objetivo é garantir que as informações cruciais sejam preservadas, mesmo nas condições mais adversas.
Como a caixa-preta funciona?
O CVR captura até duas horas de áudio na cabine, incluindo conversas entre pilotos, comunicações com a torre de controle e sons no ambiente, como alarmes ou ruídos mecânicos.
O FDR, por sua vez, grava uma ampla variedade de parâmetros de voo, como a trajetória, velocidade, altitude, ângulos de inclinação e dados sobre o funcionamento dos motores.
Os dados coletados são armazenados em uma memória protegida, que está envolta em camadas de isolamento térmico e mecânico.
O CVR e o FDR são essenciais para as investigações, como foi observado nos estudos realizados após os incidentes com o voo Lion Air 610 e o voo Ethiopian Airlines 302.
Nos dois casos, as caixas-pretas forneceram informações cruciais sobre o sistema de controle de voo e outros parâmetros técnicos, ajudando a entender as causas da tragédia.
O núcleo do item é o que o torna capaz de resistir a forças de impacto de até 3.400 Gs, temperaturas de até 1.100 graus Celsius por uma hora e submersão em água a grandes profundidades.
Em caso de desastre, a caixa-preta emite sinais ultrassônicos que facilitam sua localização embaixo d’água.
Exemplos de aeronaves e modelos de caixas-pretas
A maioria das aeronaves comerciais modernas, como o Boeing 737, Airbus A320 e o Boeing 787 Dreamliner, está equipada com caixas-pretas fabricadas por empresas especializadas, como Honeywell e L3 Technologies.
Tais aeronaves utilizam tecnologias avançadas de registradores de voo, que garantem a captura precisa e detalhada dos dados durante todo o percurso.
O Boeing 737, por exemplo, um dos aviões mais utilizados do mundo, é equipado com um CVR e um FDR que seguem padrões internacionais de segurança.
Já o Airbus A320, outro modelo amplamente utilizado, também conta com registradores fabricados por empresas líderes do setor.
As informações coletadas por esses dispositivos têm sido fundamentais em diversas investigações, permitindo que as autoridades de aviação civil tomem medidas corretivas e melhorem as normas de segurança.
A importância da caixa-preta na investigação de acidentes aéreos
O conteúdo detalhado armazenado nesse dispositivo permite aos investigadores reconstruir os eventos que levaram ao acidente, identificar falhas mecânicas ou humanas e recomendar melhorias nas práticas de segurança e nos procedimentos operacionais.
Após a recuperação da caixa-preta, os dados são analisados por especialistas que utilizam softwares avançados para interpretar os registros de áudio e dados de voo.
Tal processo pode levar semanas ou até meses, dependendo da complexidade do acidente. No entanto, o exame minucioso desses dados é crucial para evitar que acidentes semelhantes ocorram no futuro.
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