Calmaria externa; ‘aceno’ a servidores e Boletim Macrofiscal agitam quarta do Ibovespa

Com os índices futuros norte-americanos e bolsas mundiais operando na estabilidade, no início dessa quarta-feira (17), a tensão dos mercados fica por conta do avanço da inflação, como é o caso do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que subiu 4,2% em outubro último, na Zona do Euro, ante igual mês de 2020.

Início do tapering – Também na ‘timeline’ do investidor, nos EUA, estão previstos pronunciamentos de autoridades do Federal Reserve (Fed) sobre o tapering, enquanto no país, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia apresenta, na edição de novembro do Boletim Macrofiscal, projeções de indicadores de PIB, inflação e juros, além da versão atualizada do Panorama Macroeconômico.

Fluxo cambial – No paralelo, o Banco Central (BC) divulga dados sobre o fluxo cambial semanal e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) divulga o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) para sete capitais brasileiras, referente à segunda quadrissemana de novembro.

Previsão otimista – Na agenda econômica do Congresso, prosseguem as negociações em torno da PEC dos Precatórios no Senado, mediante uma previsão otimista para votação no final deste mês, pelo governo, enquanto o mercado aposta que a matéria, hoje sob exame da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), não deve avançar facilmente naquela Casa. Um dos problemas é seu viés nitidamente eleitoreiro, que agora inclui o afago do Executivo aos servidores federais. Haja folga orçamentária para isso.

Mais R$ 3 bi – Cálculos preliminares de uma fonte no Ministério da Economia dão conta de que um aumento de 1% para a categoria implicaria custo anual adicional de R$ 3 bilhões aos cofres federais, além dos R$ 300 bilhões já pagos anualmente com a folha salarial. Mais importante do que o número em si é seu caráter permanente como despesa pública, avaliam especialistas.

Folga comprometida – No entanto, a maior parte da alegada ‘folga’ orçamentária de R$ 91,6 bilhões, para o ano que vem, já estaria comprometida com o pagamento do Auxílio Brasil, assim como para cobrir o aumento dos gastos previdenciários, decorrente da alta da inflação.

Potenciais eleitoras – Ao mesmo tempo, o ‘returbinado’ Auxílio Brasil começa a ser pago hoje (17), benefício de R$ 400 a cada uma das 17 milhões de famílias ‘vulnerabilizadas’ pela crise econômica, mas potenciais eleitoras do mandatário de plantão.

‘Às calendas’ – Para assegurar esse ‘agrado’ de R$ 50 bilhões, o Planalto implodiu o teto de gastos (e a responsabilidade fiscal, junto), além de ‘jogar às calendas’ (por tempo indeterminado) o pagamento desses títulos judiciais contra a União, os precatórios.

Lira contra-ataca – Sob o risco de ‘perder’ as emendas do relator ao Orçamento, atualmente sob exame do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, partiu para o contra-ataque, ao adiantar que o Congresso deve recorrer da liminar, aceita pelo STF, que suspende seu pagamento.

Embargos declaratórios – A estratégia de Lira é de aguardar a publicação do acórdão do Supremo, para então entrar com os chamados ‘embargos de declaração’, instrumentos jurídicos pelos quais são pedidos esclarecimentos adicionais sobre os pontos da decisão (da Corte), tendo em vista modificá-la posteriormente.

Hipotecas by USA – Na agenda externa, é a vez de a Associação de Bancos Hipotecários (MBA, na sigla em inglês) apresentar, pela manhã, o número semanal de pedidos de hipotecas na pátria ianque, até 12 de novembro último. Pela tarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, profere discurso.

Sem injeção – Com a divulgação, pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, de que as vendas do varejo local avançaram 1,7% em outubro, ante o mês anterior – associada à tendência de a inflação ianque continuar acima da meta inflacionária federal – a expectativa de economistas locais é de que o Federal Reserve (Fed), banco central estadunidense, é de acelerar o ritmo de retirada da compra de títulos federais (tapering), que injeta mensalmente na maior economia do mundo cerca de US$ 120 bilhões.

Índices positivos – Ao mesmo tempo, grandes varejistas, como Home Depot e Walmart, acabaram de divulgar números muito positivos de suas companhias. Refletindo esse bom momento, na véspera (16), todos os índices avançaram, como o Dow (+0,15%); o S&P (+0,39%) e o Nasdaq (+0,76%).

Ásia em baixa – A maioria das bolsas asiáticas fechou em queda (Bolsa de Tóquio, -0,40%; Seul, -1,16% e Hong Kong, com -0,25%), com exceção da Bolsa de Xangai (China), que avançou 0,44%.

Europa em leve alta – Na Europa, o índice Stoxx 600 – composto pelas ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – registra leve alta, sob influência positiva do setor de tecnologia e negativa para o de viagem e lazer.

Bitcoin  recua –Na área de criptomoedas, os preços do Bitcoin retrocederam aquém do patamar de US$ 60 mil, apresentado na terça (16), como também recuaram os preços do minério de ferro e do petróleo. Neste último caso, a Energy Information Administration (EIA) divulga nessa quarta (17) dados sobre estoques de petróleo bruto, importações de petróleo, produção e estoques de combustíveis e atividade das refinarias.

Principais indicadores  

Estados Unidos

Dow Jones Futuro (EUA), -0,03%

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,04%

*Nasdaq Futuro (EUA), +0,04%

Europa

*FTSE 100 (Reino Unido), -0,35%

*Dax (Alemanha), +0,11%

*CAC 40 (França), +0,04%

*FTSE MIB (Itália), +0,13%

Ásia

*Nikkei (Japão), -0,4% (fechado)

*Shanghai SE (China), +0,44% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,25% (fechado)

*Kospi (Coreia do Sul), -1,16% (fechado)

Commodities e Bitcoin

*Petróleo WTI, -1,2%, a US$ 79,79 o barril

*Petróleo Brent, -0,99%, a US$ 81,61 o barril

*Bitcoin, -0,9% a US$ 59.062,29 (em relação à cotação de 24 horas atrás)

*Sobre o minério de ferro: **O minério negociado na bolsa de Dalian teve queda de 1,01%, a 538,5 iuanes, o equivalente a US$ 84,39