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Campos Neto: reajuste de combustíveis terá impacto de 0,4 ponto percentual sobre IPCA

Previsão do presidente do BC sobre efeito inflacionário de majorações estaria ‘em linha’ com o mercado

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Um impacto de 0,4 ponto percentual (p.p.) sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação, na passagem de agosto para setembro próximo. Essa é a previsão feita, nesta segunda-feira (15), pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ao comentar o efeito do reajuste de preços da gasolina e do diesel, vendidos pela Petrobras às distribuidoras, anunciado, mais cedo, pela petroleira.

“Hoje teve um aumento grande em combustíveis, que tem impacto na inflação. O impacto da gasolina [na inflação] é direto na cadeia. Ainda terá algumas revisões com o reajuste de hoje”, avaliou o dirigente da autoridade monetária, ao participar de evento na sede da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Logo no início desta terça-feira (15), a estatal emitiu comunicado, dando conta de que o preço do litro da gasolina A subiria de R$ 2,52 para R$ 2,93 – majoração de R$ 0,41 – ao passo que o litro do diesel passaria a custar R$ 3,80 – avanço de R$ 0,78. O argumento central da companhia seria a redução da defasagem dos combustíveis em relação ao mercado internacional e como medida preventiva para evitar o desabastecimento no país. Em outras palavras, após abandonar o critério universal do preço de paridade de importação (ppi) – que leva em conta a oscilação externa do petróleo – este foi recuperado ‘informalmente’ pela nova gestão da Petrobras.

A previsão de Campos Neto, longe de ser aleatória, está em linha com aquela formulada por analista de gestores e bancos, a exemplo do economista da Garde Asset, Luis Menon, para quem os reajustes aplicados aos combustíveis devem acrescentar 0,38 p.p. ao IPCA, sendo 0,10 p.p. em agosto e 0,28 p.p. em setembro. Para o ano, a gestora projeta um IPCA no intervalo de 4,6% a 4,8%.

Ao lembrar que as tentativas passadas de redução rápida da Selic acabaram redundando em aumento dos juros, o presidente do BC advertiu que isso pode voltar a ocorrer, caso haja um corte acelerado da taxa, que se refletiria na ‘elevação da curva de juros’. “Se eu não consigo fazer uma queda de juros com credibilidade, eu não vou atingir meu objetivo. O objetivo da queda de juros é gerar liquidez”, argumentou.

Como reforço à tese de ‘cautela’ na flexibilização monetária, Campos Neto ressaltou “sem credibilidade, a queda da Selic se refletirá de forma negativa no ambiente econômico, além de piorar os indicadores de crédito, emprego e atividade. Como condição, o ‘xerife do real’ ressaltou que ‘não haverá juros e inflação baixos e estáveis’, caso o lado fiscal ‘fique sem controle’. “Precisa ter as coisas alinhadas. É muito difícil imaginar juros baixos e estáveis, inflação baixa e estável, se isso (gastos do governo) não estiver controlado”.

Apesar dos alertas o presidente do BC se mostrou confiante em relação à condução da política monetária nos próximos anos. “Quando olha expectativa de inflação, o Brasil é um dos poucos países com inflação encaixada em 2023, 2024 e 2025. Tem países com inflação desacelerando mais rápido, aqui está no intervalo da meta”, afirmou, ao acrescentar que, em contraponto, tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa, os juros continuam subindo.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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