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Mercado de Trabalho

Candidatos criam currículos com ChatGPT e aterrorizam recrutadores

De acordo com especialistas, pelo menos metade dos currículos é gerado por IA.

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O uso da inteligência artificial (IA) para criar currículos tem se tornado um problema crescente para recrutadores e empresas ao redor do mundo.

Ferramentas como ChatGPT e Gemini estão sendo amplamente utilizadas por candidatos, gerando uma avalanche de inscrições genéricas, com textos repetitivos e repletos de palavras-chave.

Segundo estimativas de especialistas, até 50% dos currículos recebidos nos processos seletivos já são gerados por essas IAs, e a realidade pode ser ainda mais alarmante.

O impacto da IA no processo de recrutamento

De acordo com fontes do setor e pesquisas analisadas pelo Financial Times, a proliferação de currículos elaborados por IA tem gerado problemas significativos para empresas e consultorias de carreira.

Victoria McLean, da CityCV, destaca que a escrita desajeitada e genérica desses documentos é facilmente identificável, pois os currículos precisam transmitir a personalidade, paixões e história do candidato, algo que uma IA não consegue fazer.

Como resultado do aumento no uso dessas ferramentas, houve um aumento no volume de inscrições, mas uma diminuição na qualidade do material, o que torna o trabalho dos recrutadores mais complicado.

ChatGPT redige currículos sem apresentar de forma personalizada o candidato – Imagem: reprodução

Khyati Sundaram, da plataforma de recrutamento Applied, ressalta que o aumento no número de inscrições foi acompanhado por uma queda na qualidade, tornando mais difícil a tarefa de filtrar os candidatos.

O uso da inteligência artificial por candidatos em processos seletivos levanta preocupações entre as empresas, devido à possibilidade de copiar respostas do ChatGPT.

Isso tem levado as empresas a adotarem métodos mais rigorosos na identificação dos melhores talentos.

Muitos estudantes utilizam o ChatGPT na busca por emprego, com a versão paga oferecendo vantagens durante as avaliações.

Diante disso, empresas estão voltando a métodos tradicionais de seleção, como entrevistas pessoais, para avaliar habilidades que não podem ser demonstradas apenas com o auxílio da tecnologia. A interação humana ainda é considerada essencial antes da seleção final.

O crescimento do uso de IA no mercado de trabalho está forçando empresas a repensarem seus processos de seleção. Embora a automação traga eficiência, a necessidade de identificar as qualidades únicas dos candidatos continua sendo crucial.

Ferramentas de triagem mais sofisticadas, entrevistas bem-estruturadas e um foco maior na avaliação de habilidades práticas são algumas das soluções que devem ganhar destaque no futuro.

O desafio agora é equilibrar a tecnologia com a análise humana para garantir que os candidatos escolhidos tenham as competências e o perfil que realmente se alinham às necessidades das empresas.

Enquanto a IA continua desempenhando um papel importante no recrutamento, a capacidade de avaliar o fator humano nunca foi tão relevante.

*Com informações de TechSpot e Financial Times.

Formada produtora editorial e roteirista de audiovisual, escrevo artigos sobre cultura pop, games, esports e tecnologia, além de poesias, contos e romances. Mãe de três curumins, dois cachorros e uma gata, também atuo ativamente em prol à causa indígena no Brasil.

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