Carne: se pontual ou novo padrão ainda se saberá, mas tradicional aumento das importações chinesas patina

As vendas externas de carnes bovina estão num momento de indefinição em pleno período tradicional que deveria ser de aumento das aquisições chinesas.

Os números da Secex deixam margens às dúvidas ao expressarem maior contenção em volume, na medida em que, ainda por cima, os preços se mantêm espremidos em menos 21%.

Embora a baixa de 188,4 mil toneladas, no acumulado de outubro (até a 3ª semana) de 2022, para 133,5 mil até a última sexta se refere a todos os mercados compradores, a participação chinesa como sempre de destaca.

Yago Travagini, analista da Agrifatto, não vê mudanças no padrão da China em acelerar as importações no último trimestre do ano, para desacelerar no começo do seguinte.

“Talvez tenha encontrado um teto de importação no contexto atual de uma economia que cresce menos”, diz ele, lembrando, entre outros fatores, os problemas com as construtoras do país que se refletem na atividade.

Em paralelo, tem havido queda de preços na carne suína, aumentando um pouco a competitividade dessa proteína, acrescenta.

Além da baixa nos embarques diários de outubro, sobre os mesmos dias no comparativo anual, na base projetada para o mês todo também deve se esperar uma queda sobre setembro. Nesse mês, foram 195 mim toneladas embarcadas.

Em torno de 190 mil toneladas deverá se consolidar até terça próxima, dia 31.

Travagini sustenta que o teto de setembro foi um dos mais altos em muito tempo, porém quase 4% inferior ao mês 9 do ano passado, e apenas 10 mil toneladas acima na sequência sobre agosto último.

Se há uma boa notícia, é que o valor da tonelada paga melhorou 4 pontos. Em setembro acumulava menos 24%. Neste mês está em 21%.