Carta milenar para mãe faz sucesso

Você se lembra da primeira vez que reclamou da sua roupa para os seus pais? Pois saiba que aconteceu há 3,8 mil anos uma situação semelhante ao que muitos adolescentes passam nos dias de hoje com seus pais.

Uma carta escrita por um rapaz chamado Iddin-Sin, da Babilônia, para sua mãe, Zinû, foi recentemente viralizada no TikTok e trouxe à tona assuntos ainda recorrentes na nossa sociedade.

O jovem estudante expressou seu inconformismo com suas vestimentas na carta, ansiando por roupas novas e melhor qualidade.

O famoso criador de conteúdo educativo do TikTok, Michael R. McBride, foi responsável por divulgar esta intrigante história que gerou inúmeras reações, alcançando mais de 4 mil curtidas e 43 mil visualizações. A carta foi primeiramente divulgada no site ILFScience, que chamou muita atenção para este registro único da Antiguidade.

Mas o que exatamente diz a carta?

Fornecida pela Faculdade de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, a tradução do texto começa de forma respeitosa, com o estudante se dirigindo à sua mãe polidamente.

Após as formalidades, o jovem garoto começa a manifestar suas frustrações. Ele compara suas condições vestimentas com a de um colega de classe, defendendo a necessidade de novas roupas.

Além disso, ele questiona a sua mãe, alfinetando de forma sofisticada: “Você ficou rica reduzindo e reduzindo minha roupa? Enquanto a lã é consumida como pão em nossa casa, você reduziu minhas roupas”, demonstrando sua insatisfação quanto ao seu guarda-roupa.

Veja na íntegra:

Fonte: Divulgação

Por que essa carta é importante?

Ao tecer comentários no seu vídeo do TikTok, Michael McBride observou a conexão da carta com os sentimentos modernos, afirmando: “Nós não mudamos tanto como pensávamos que havíamos mudado”.

A carta representa a relevância histórica da época e mostra que, mesmo cada geração se afirmando como única, muitas questões são comuns na adolescência.

A carta de Iddin-Sin para Zinû é conhecida por sua designação técnica TCL 18 111 e está mantida no Museu do Louvre, em Paris, na França.

O fato de o jovem viver numa época em que era costume frequentar internatos para estudar escrita cuneiforme e literatura contribui para a importância do documento. Isso conecta a carta tanto à educação como à cultura e ao sistema social da época.

Embora tenham se passado 4.000 anos desde esta carta, muitos estudantes jovens ainda podem se relacionar com ela hoje. Independentemente da idade, o desejo de ser tratado de igual para igual é universal e, pelo que a história prova, atemporal.