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Investimentos

‘Carteiras recomendadas’ colaram a Ucrânia nas ações dos frigoríficos e o mercado acreditou

Pouco ou nada de guerra da Ucrânia influi nas ações dos frigoríficos como querem mostrar as corretoras de valores

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Nem para a BRF (BRFS3) e para a Seara da JBS (JBSS3) há grande risco de custos mais altos para seus frangos e porcos, com a disparada nervosa dos grãos pelo agravamento da guerra na Ucrânia. Menos ainda há para os frigoríficos de bovinos.

Se querem penalizar as ações das companhias, como na terça, melhor procurar outros fundamentos.

Ei-los: BRF com desafios de caixa e oferta de ações recente com desconto de mais de 5,5% ante dívida alta; Marfrig (MRFG3) pagando parte desse preço da sua controlada, mais a margem estreita nos Estados Unidos com oferta mais curta de gado; JBS também com um pouco da pressão do mercado americano, mais o impacto da China pagando quase 30% a menos pela carne; e Minerva (BEEF3) totalmente enrolada por esse viés chinês.

Na abertura do pregão desta quarta (26), as ações sobem em ajustes. Ficaram baratas demais. Somente BRF segue apanhando.

Embalado por corretoras e suas famosas carteiras diárias, o mercado parece que esqueceu disso na terça e passou a acreditar que realmente os players estejam desabastecidos de grãos para os próximos tempos, depois de bom tempo no qual os preços estavam baixos até que viessem com mais força as altas do clima dos Estados Unidos e, agora, da guerra.

A safrinha de milho brasileira está cheia, no ponto mais conservador de 98 milhões de toneladas; no pico mais radical, em 106 milhões/t, como o da StoneX.

Mesmo a menor oferta dos Estados Unidos não se espera nada menos que 380 milhões de toneladas de milho.

José Antônio Ribas Jr, presidente do Sindicarne de Santa Catarina, base de segunda maior produção e exportação brasileira, e Ariovaldo Zani, presidente do Sindirações, já demonstraram pouca preocupação com isso, em recente entrevista à AGFeed.

Mesmo grandes fornecedores da animais estão melhor preparados, dadas a essas condições que surgiram desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Não iriam perder a chance de fixar contratos este ano, com a boa oferta e preços em baixa (sic).

No caso de bovinos, a necessidade é menor ainda nos confinamentos, com uma gama mais ampla de proteína agrícola para os bois.

 

 

Com mais de 40 anos de jornalismo, sempre em economia e mercados, já passou pelas principais redações do País, além de colaborações para mídias internacionais. Contato por e-mail: infomercadosbr@gmail.com

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