Ações, Units e ETF's
Casas Bahia (VIIA3) perde R$ 32 bilhões após fracasso de oferta subsequente de ações
Gestores independentes, porém, suspeitam de ‘ação orquestrada’ para favorecer opções
Com o fracasso da oferta subsequente de ações (follow on) – em que a empresa emite mais ações, além daquelas disponibilizadas, por ocasião da abertura de seu capital – os papéis do Grupo Casas Bahia (VIIA3) ‘afundaram’ na B3 (B3SA3), na sessão desta quinta-feira (14), contabilizando, desde 2020, uma perda acumulada de R$ 32 bilhões em valor de mercado, .
Para viabilizar a operação, a empresa teve de aplicar um desconto de 28% ao preço de fechamento de suas ações da véspera (a R$ 0,80), a fim de levantar no mercado a soma de R$ 623 milhões, com vistas à redução de seu endividamento. Caso os bônus de subscrição incluídos na transação sejam plenamente ‘exercidos’, o valor obtido pela companhia poderá aumentar para R$ 1,1 bilhão.
Para gestores ouvidos pelo site ‘O Antagonista’, porém, a ‘queda livre’ contém indícios de ser uma ‘ação orquestrada’, com o objetivo de derrubar o preço da ação e beneficiar vendidos das ações da companhia. Prova disso é que o volume de opções que apostavam na queda da ação foi catapultado de R$ 70 milhões, desde o início do ano, para um patamar superior a R$ 160 milhões, na sexta-feira passada (8). Somente nesta quinta-feira (14), o volume financeiro envolvendo os papéis da empresa passou de R$ 300 milhões, maior nível, desde 14 de julho de 2019.
Em razão da queda das ações, de até 32%, a R$ 0,76, na manhã de hoje (14), a negociação dos papéis teve de ser interrompida por várias vezes pela B3. Desde 2020, as ações acumulam uma perda de 96%, após breve reação, em 2020, por conta do salto proporcionado pelo comércio eletrônico, durante o ciclo pandêmico.
Diante desse cenário desalentador, investidores têm manifestado preocupação crescente com o nível de alavancagem da empresa, em meio a resultados operacionais fracos. Alo trocar, recentemente, seu diretor-presidente no primeiro semestre do ano (1S23), a companhia amargou prejuízo de R$ 492 milhões no período.
A expectativa do mercado é de que, em breve, haja uma reunião entre os detentores de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) da Casas Bahia, logo após o rebaixamento de sua dívida pela consultoria S&P Global Ratings, na semana passada. Na oportunidade, tais detentores poderão optar pelo vencimento antecipado dos CRIs, devido ao corte.
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