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Chinesa Goldwind cresce no Brasil com novo acordo para turbinas eólicas

Acordo é o primeiro no país a envolver novas turbinas da série 4S.

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A fabricante de turbinas eólicas Goldwind, da China, assinou um novo contrato no Brasil, o que aumenta sua participação local e indica a demanda oriental por mais negócios no país.

Segundo informações de empresas à Reuters, o acordo é o primeiro no país a envolver novas turbinas da série 4S, com capacidade de cerca de 4 megawatts por máquina, e foi assinado junto à elétrica CGN Energy, também controlada por chineses.

A China assim amplia a participação na indústria de energia limpa do Brasil, maior mercado de energia renovável da América Latina, onde já tem posição dominante no fornecimento de módulos para usinas de energia solar, mas fatia pequena até o momento no segmento eólico.

“Confirmamos a contratação da Goldwind para o fornecimento de 18 aerogeradores GW155, totalizando 82,8 megawatts de potência instalada”, explicou a CGN em nota.

A CGN disse também que os equipamentos serão usados para expansão de seu complexo eólico Lagoa do Barro, no Piauí.

A Goldwind afirmou que a entrega das turbinas deve começar em 2021 e que, com esse contrato, a companhia atinge  “quase 500 megawatts” em capacidade negociada no Brasil.

Até o momento, a empresa havia anunciado no país somente acordos que previram reparos e trabalhos para retomada da operação de usinas com turbinas antigas, fechados com a estatal Chesf, da Eletrobras, e a geradora Energimp.

A fabricante chinesa foi uma das que mais instalou novas turbinas eólicas no mundo em 2019, com a quarta posição em um ranking da consultoria WoodMackenzie, após ter obtido a vice-liderança global em 2018.

Potencial mercadológico

Mas transformações recentes no mercado brasileiro devem favorecer acordos para novos fornecedores como os chineses, que nos últimos anos enfrentaram barreiras para entrar no país, afirmou a diretora Camila Ramos, da consultoria Clean Energy Latin America (CELA).

No momento, muitos projetos eólicos levantam financiamentos no mercado privado de dívida, ao invés de apenas junto aos bancos de fomento BNDES e BNB, que têm exigências de conteúdo local em equipamentos, e que elétricas chinesas também têm avançado no Brasil, o que potencialmente favorece acordos com empresas orientais, disse Ramos.

Outro fator positivo é a viabilização de mais projetos de geração para atender à demanda de clientes no mercado livre de energia, já que permite contratos diferenciados que também podem favorecer a importação de equipamentos e uso de fontes alternativas de financiamento, completou a executiva.

“Uma solução de financiamento com banco chinês, por exemplo, não seria surpresa. Sem dúvida acho que (o contrato da Goldwind) pode ser o primeiro de outros projetos que devemos ver em breve”, acrescentou.

Mas elétricas chinesas como China Three Gorges, State Grid e State Power Investment Corp também estão presentes no Brasil, juntando-se à CGN, que comprou turbinas da Goldwind.

A chegada da nova turbina da Goldwind ao mercado brasileiro será “benéfica para todo o setor”, até dada a “concentração” atualmente existente na indústria, afirmou o vice-presidente da CGN no país, Gabriel Luaces.

Luaces também afirmou que a companhia não terá como meta adquirir apenas turbinas chinesas e que está negociando com diversos fabricantes fornecimentos para novos projetos.

“Não existe nenhum tipo de preferência por se tratar de uma empresa chinesa, a Goldwind apresentou a melhor oferta comercial, considerando o cronograma de implementação que a CGN Brasil ambicionava para o empreendimento”, disse ele.

Segundo executivo, definições sobre os contratos para os próximos projetos devem vir “nos próximos meses”.

A Goldwind possui mais de 60 gigawatts instalados em turbinas eólicas pelo mundo, com ativos em 27 países em seis continentes, além de quase 9 mil funcionários e a liderança do mercado eólico na China.

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