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Política

Clima de guerra: Aulas de tiro se tornam obrigatórias para jovens na Polônia

Em meio à tensão no Leste Europeu, o governo polonês impõe treinamento de armas para adolescentes.

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A educação escolar passa por transformações significativas na Polônia. A partir de agora, adolescentes a partir dos 13 anos incluem em sua rotina educacional treinamentos de tiro com simulações a laser, que visam preparar os jovens para eventuais conflitos com outros países.

Essa nova medida do governo polonês surge em resposta ao cenário preocupante estabelecido pela guerra na Ucrânia, que completou quase dois anos.

O país se posiciona como um sentinela da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), observando atentamente as movimentações da Rússia. Desde o início do conflito, as ilusões de paz duradoura no Leste Europeu deixaram de existir.

A implementação do treinamento

O currículo escolar polonês agora inclui aulas de manuseio de armas, tornando-se uma resposta direta aos desafios contemporâneos. Cerca de 18 mil escolas adotaram essa prática, substituindo exercícios tradicionais por simulações de tiro.

As instruções são claras: preparar a juventude para possíveis situações de conflito. O governo, liderado por conservadores, considera essa iniciativa um investimento estratégico na defesa nacional.

Investimento militar crescente

Em 2023, a Polônia aumentou em 75% seus gastos militares, totalizando US$ 31,6 bilhões. A aquisição de tanques Leopard e caças F-35 indica a determinação do país em não ser surpreendido por futuros conflitos.

O treinamento escolar alinha-se a essa lógica. A história polonesa, marcada por ocupações e resistências, justifica a preparação juvenil para defender a pátria.

De acordo com um historiador local, a guerra na Ucrânia destacou a fragilidade da paz, fazendo com que a Polônia tome decisões para assegurar sua sobrevivência.

Controvérsias em torno da medida

A obrigatoriedade das aulas de tiro não é consenso no país europeu. Críticas apontam que o governo estaria militarizando a juventude, reforçando a ideia de um futuro bélico, o que divide a sociedade.

Entretanto, para os apoiadores, capacitar a população é essencial diante de um possível conflito. O treinamento, mesmo simulado, representa um ato de responsabilidade nacional.

Enquanto os jovens praticam silenciosamente, a Polônia se prepara para um futuro incerto. As gerações atuais crescem sob a sombra de conflitos recentes, encarando a guerra não apenas como história, mas como uma possibilidade real.

Jornalista graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), integra o time VS3 Digital desde 2016. Apaixonada por redação jornalística, também atuou em projetos audiovisuais durante seu intercâmbio no Instituto Politécnico do Porto (IPP).

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