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CMN altera regime de metas, de ano-calendário para contínuas
Referencial de inflação foi mantido em 3% para 2025, quando também começa o mandato do próximo presidente do BC
Após 24 anos – por pressão do Palácio do Planalto, em favor de uma ‘folga maior’ para os gastos públicos, sem o correspondente esforço para garantir o respectivo aumento de receitas – o Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou o regime de metas de inflação do país, do sistema ano-calendário (janeiro a dezembro) para o de metas contínuas. A informação foi divulgada, nesta quinta-feira (29), pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também presidente o conselho.
Durante a reunião de hoje (29), o conselho indicou, ainda, que o alvo a ser perseguido, a partir de 2025, é de uma meta de inflação de 3%, mediante a adoção de um intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual, para cima ou para baixo.
“Eu anunciei ao CMN, porque isso é um ato de prerrogativa do presidente, uma mudança do regime em relação ao ano-calendário, de maneira que, agora, conforme já tinha manifestado minha simpatia por uma mudança nesse padrão, nós adotaremos a meta contínua a partir de 2025”, afirmou Haddad, ao explicar que a data coincide com o início do mandato do próximo presidente do Banco Central (BC), a ser indicado pelo mandatário do país.
Também presente à reunião, como integrante do CMN, a ministra do Planejamento, Simone Tebet explicou que não houve ‘objeção’ à mudança do sistema, acrescentando que o objetivo da inflação em 3% estaria ‘convergente’ com os indicadores de mercado. “Os votos foram por unanimidade e não houve objeção. As expectativas do mercado e o Focus, do Banco Central, já mostram que em 2024, 2025 e 2026 estamos dentro da meta [de inflação]”, comentou a ministra.
Pelo acordado pelos conselheiros, foram mantidas as metas de inflação para 2023 (3,25%); 2024 (3%) e 2025 (3%), igualmente com banda de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima e para baixo. O colegiado também determinou que a meta para 2026 será, do mesmo modo, de 3%, mas “sem a necessidade de mudança a cada ano”, ressalvou Haddad, ao explicar que a manutenção da meta em 3% decorre da constatação de que ‘os índices de preços têm mostrado queda acentuada’.
Ainda sobre a meta, Haddad acrescentou que “nos reunimos para falar de 2026. Não houve alteração e mantivemos nos 3% em 2026, lembrando que o próprio BC sinaliza que, para 2025, [a inflação] já está no centro da meta”, afirmou o ministro da Fazenda, ao frisar que Campos Neto havia se manifestado de forma favorável à mudança, “antes mesmo da reunião”.
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