Com Lula eleito, logo chegará o fim do sigilo de 100 anos imposto por Bolsonaro

Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possivelmente vai acontecer a quebra do sigilo de cem anos do atual presidente, conforme foi prometido pelo petista. O que devemos esperar e como isso afetará Jair Messias Bolsonaro (PL)?

Durante o segundo turno das eleições presidenciais, o presidente eleito deixou claro que, assim que assumir o cargo, ele quebrará o sigilo de cem anos que foi imposto pelo atual presidente.

Nesse sigilo se encontram diversas informações sobre o futuro ex-presidente, inclusive seu cartão de vacinação. No entanto, com a quebra do sigilo, o petista poderá trazer diversas outras complicações, não somente a Jair Bolsonaro, mas a toda sua família.

Por exemplo, a troca do comando da Polícia Militar e também a escolha de um novo Procurador Geral da República. As mudanças desses comandos estão vinculadas à família Bolsonaro porque o atual presidente é acusado de interferir nessas instituições, a fim de livrar ele mesmo e seus filhos de acusações.

Mas, afinal, o que está dentro do sigilo de cem anos e como sua quebra afetará Bolsonaro e a sua família?

Em meio à pandemia, o futuro ex-presidente questionou diversas vezes a eficácia dos imunizantes. Seu cartão de vacina é um dos documentos que estão sob sigilo, mesmo que o presidente tenha afirmado não ter se vacinado.

O processo da Receita Federal sobre as “rachadinhas” que envolvem o nome do senador Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, também se encontra sob sigilo.

Ainda estão no sigilo de cem anos as informações que estão contidas nos crachás de acesso ao Palácio do Planalto de dois filhos do atual presidente, Carlos e Eduardo Bolsonaro.

No sigilo também está incluso o processo que teria apurado a ida de Bolsonaro e do ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, a um ato no Rio de Janeiro.

Ao assumir a presidência em 1º de janeiro de 2023, Luiz Inácio irá apresentar essas e outras informações que estão contidas no Sigilo dos Cem Anos. Isso será possível porque pessoas em altos cargos públicos não têm o mesmo direito à privacidade que pessoas comuns, como destaca Bruno Morassutti, fundador da agência Fiquem Sabendo, que é especializada em transparência.