Economia
Com trabalho reduzido e pouca grana, cresce interesse por carros usados no país
Esse movimento é reflexo da menor oferta de lançamentos
O brasileiro se viu obrigado a apertar o cinto por conta das medidas de contenção da pandemia que atingiram em cheio o emprego e a renda. Com isso, baixou o interesse por carros novos e aumentou por carros usados.
Para se ter ideia, entre janeiro e fevereiro deste ano, a venda de usados e seminovos aumentou 2,4% em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados da Fenauto (Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores).
Carros
De acordo com a CNN, esse movimento é visto por especialistas como um reflexo da menor oferta de lançamentos no mercado e, sobretudo, das melhores condições de crédito. Para termos um exemplo disso, quem financiou veículos em fevereiro deste ano conseguiu dividir o valor em até 45,9 parcelas, em média. Trata-se do maior prazo desde 2011.
Já um levantamento do Valor Econômico destaca que à frente do ranking, independentemente da versão, está o Corolla da Toyota, que chegou a ter um valor de venda muito próximo (somente 2,2% abaixo) ao indicador do mercado, fato incomum em praças com muita concorrência como a paulista, onde a Carupi está mais presente.
O segundo lugar pertence ao Honda Civic, com apenas 3,8% abaixo do valor de referência da tabela FIPE. Com medalha de bronze, aparece o valor do Hyundai HB20: 4% de desvalorização.
“A preferência nacional por montadoras orientais se reflete nas negociações da Carupi. Corolla e Civic são carros que vendem bem, a procura é grande, eles ficam em média 15 dias em nossa plataforma, ante os 45 dias das demais marcas”, afirma Gustavo Braga, diretor da Carupi.
Saindo do eixo das montadoras orientais, em quarto lugar aparece o Jeep Compass com valor final de venda em 4,8% abaixo da tabela FIPE. Por fim, o T-Cross da Volkswagen, com valor de venda final na casa dos 5,7% abaixo do indicador do mercado.
Fundada em 2019, o objetivo da Carupi é usar tecnologia para facilitar o trâmite de compra e venda de automóveis. Como tudo é feito por sua plataforma on-line, é possível obter dados precisos de interesse, compra e venda.
Além dos que menos se valorizaram, a empresa fez um ranking de outros modelos notáveis, que tiveram boa performance e cuja desvalorização ainda é considerada saudável, aparecem o Chevrolet Onix (carro mais vendido do Brasil), Volkswagen UP e Ford KA na categoria de entrada, Honda HRV em SUVs de entrada, Toyota Hilux (picapes grandes) e Toyota SW-4 (SUVs grandes), indicou a startup.
Segundo a empresa, é importante observar que os valores podem estar um pouco acima da média porque alguns desses veículos estão na lista anual do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) entre os mais emplacados do país (ou seja, que são do interesse dos consumidores). Em 2020, o Corolla, por exemplo, ocupou a 17ª posição e o Civic, a 31º.
“Os modelos citados podem ser considerados queridinhos entre os brasileiros, são de marcas das quais os consumidores têm boa imagem (com exceção do Jeep Compass que parece ter chegado para ficar e quebrar o preconceito contra a marca) e costumam ter boa relação prévia”, diz a empresa no relatório.
Para a startup, essas montadoras estão atentas aos detalhes internos, produzem carros duráveis, com tecnologia, conforto e segurança acima da média – itens que, além de indispensáveis, saltam aos olhos do público.
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