Conab estima aumento de 3,4% na safra 2021/22

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seus últimos relatórios estimou um aumento de 3,4% na safra 2021/22, cerca de 142 milhões de toneladas para a oleaginosa. Já em relação ao milho, a expectativa da Conab é de 117 milhões de toneladas, aumento de 34,1% em relação ao ano anterior.

No relatório da corretora XP Investimentos, os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca avaliaram que embora haja grande incerteza quanto à previsão de chuvas e também dos maiores custos de fertilizantes, os mercados futuros já estão precificando grandes safras tanto de soja quanto de milho para o Brasil.

De acordo com o relatório da corretora, a taxa de câmbio é um dos fatores de risco para os grãos. “A maioria das commodities agrícolas é influenciada pela taxa de câmbio e se o real valorizar em relação ao dólar, isso pode afetar a receita da empresa”, afirma.

Segundo os analistas, “as margens devem se contrair para níveis históricos, mas devido à eficiência operacional de cada empresa e também às estratégias de hedge, tanto para vendas de grãos quanto para compra de fertilizantes, podemos ver resultados mistos, já que a melhoria da produtividade deve ajudar a compensar isso. O desempenho da safra dos EUA e o apetite da China podem trazer volatilidade para 2022”.

Além disso, os analistas afirmam que a safra de inverno de milho foi fortemente afetada após a pior estiagem em 100 anos, sendo o clima, outro risco para os grãos. “Esperamos uma recuperação positiva da produtividade, mas o La Niña também deve ser um fator a ser considerado, tanto para o milho quanto para a soja, e pode trazer mais volatilidade”.

A corretora ainda conclui que a chamada “pressão ambiental” é um fator cada vez mais importante. “Embora esperemos que as empresas dentro de nossa cobertura usem apenas o desmatamento legal (usual no setor), podemos esperar mais pressão dos investidores para que todas as empresas atinjam o desmatamento legal zero no futuro”, ressalta.