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Contas do BC têm prejuízo de R$ 298,5 bilhões em 2022

Desempenho negativo da autoridade monetária contrasta com o lucro de R$ 85,9 bilhões, em 2021

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O ‘vermelho vivo’ depois do ‘azul de brigadeiro’. Assim pode ser descrito o abismo das contas do Banco Central (BC), que saíram de um lucro recorde de R$ 85,9 bilhões em 2021, para um prejuízo colossal de R$ 298,5 bilhões, no ano passado.

A queda vertiginosa do BC em 2022 decorre, entre outros fatores, do prejuízo de R$ 326,5 bilhões apurado em operações cambiais, como swap (venda de dólares no mercado futuro), além da variação das reservas internacionais. Nesse caso, a perda descrita sofreu influência da desvalorização de 5,32% do dólar no ano passado, o que impõe perdas, no momento da conversão das operações cambiais em reais. Mesmo assim, a perda só não foi mais acentuada porque o BC apurou lucro operacional (ganhos com o exercício da atividade) de R$ 28 bilhões em 2022.

Outra explicação para o desempenho desfavorável das contas do BC é a legislação de 2019 – que regulamenta a relação entre o BC e o Tesouro Nacional – pela qual o Tesouro terá de fazer a cobertura de R$ 36,6 bilhões, em títulos públicos. Os R$ 179,1 bilhões restantes serão cobertos por uma reserva de lucros de anos anteriores – dos quais, R$ 82,8 bilhões, por meio de redução de patrimônio do BC.

O último resultado negativo da autarquia foi registrado no segundo semestre de 2020, quando apurou prejuízo de R$ 33,6 bilhões, o que obrigou o Tesouro a cobrir a perda porque o BC quitou o resultado negativo com as reservas de lucros anteriores. Já em 2021, a Lei Complementar 179 modificou a apuração de resultado do BC de semestral para anual.

Operações compromissadas – Devido à manutenção da Selic no patamar de 13,75% ao ano, os gastos do BC com juros pagos aos bancos, mediante o uso de operações compromissadas, mais do que dobrou no ano passado, quando foram desembolsados R$ 133,22 bilhões, o que representa uma alta de 160% em relação a 2021, quando a instituição pagou R$ 51,1 bilhões ao sistema financeiro nacional.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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