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Economia

Copom eleva juros básicos da economia para 11,25% ao ano

Comitê de Política Monetária.

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O Banco Central (BC) elevou o ritmo de alta dos juros para enfrentar a valorização do dólar e incertezas sobre a inflação e a economia global. Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) ajustou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, alcançando 11,25% ao ano, como já era antecipado pelo mercado financeiro.

Essa medida marca a continuação de uma política monetária contracionista, após um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023, quando a taxa de 13,75% começou a ser reduzida em intervalos de 0,5 ponto, até chegar a 10,5% no primeiro semestre deste ano. Em setembro, no entanto, o Copom iniciou um novo movimento de alta, que agora se consolida.

O Copom apontou para o cenário econômico nos Estados Unidos como fator de preocupação, mencionando uma conjuntura econômica incerta. Sem citar diretamente a eleição de Donald Trump, o comunicado destacou que esse cenário aumenta as dúvidas sobre os rumos da desaceleração econômica e desinflação nos EUA, o que afeta a postura do Fed, o banco central norte-americano.

Juros básico da economia

No contexto nacional, o BC destacou a necessidade de ajustes fiscais e de uma política pública comprometida com a sustentabilidade da dívida. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível, com medidas estruturais para o orçamento, contribui para estabilizar as expectativas de inflação e reduzir o risco financeiro, impactando positivamente a política monetária”, frisou o comunicado.

A Selic, principal instrumento de controle da inflação, teve sua última elevação após o índice oficial de inflação, o IPCA, subir para 0,44% em setembro, pressionado pela alta na conta de luz e nos preços dos alimentos devido à seca. Em 12 meses, o IPCA acumulou 4,42%, aproximando-se do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024.

Segundo o último Relatório de Inflação do Banco Central, a estimativa para o IPCA em 2024 foi ajustada para 4,31%, mas o valor pode sofrer novas correções devido à valorização do dólar e à seca prolongada. O boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC, já indica uma projeção de 4,59% para a inflação anual, acima do teto da meta.

Copom

O Copom atualizou suas previsões inflacionárias, agora estimando IPCA de 4,6% para 2024, 3,9% para 2025 e 3,6% no acumulado de 12 meses até o primeiro trimestre de 2026. O BC utiliza um horizonte ampliado, avaliando a inflação até 18 meses à frente.

A alta da Selic visa conter a inflação ao encarecer o crédito e desestimular consumo e produção. No entanto, essa estratégia também desacelera o crescimento econômico. Com a projeção de crescimento revisada para 3,2% em 2024, o BC reflete a expansão do PIB observada este ano.

A Selic é referência para as demais taxas de juros da economia, e sua elevação visa controlar o excesso de demanda que pressiona os preços. No entanto, para reduzir a Selic, o BC precisa ter confiança de que a inflação está sob controle, garantindo um ambiente favorável ao crédito e ao crescimento econômico.

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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