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Copom inicia 3ª reunião do ano; Selic pode subir ainda mais
Pressões federais à parte, Comitê pode elevar juros devido à pressão ‘altista’ da inflação
Com a expectativa do mercado, de que a taxa básica de juros (Selic) poderá subir ainda mais, do atual patamar de 13,75% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia, nesta terça-feira (2) sua terceira reunião do ano, a despeito das pressões crescentes pela sua queda.
Enquanto o Executivo ‘bate forte’ pela ‘redução já!’ da Selic, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto justifica sua manutenção, elevada, por fatores macroeconômicos, como o alto volume de crédito direcionado (ou subsidiado), altamente disponível no mercado, além do que chamou de persistência ‘altista’ do núcleo inflacionário.
O mandatário do país, por sua vez, entende que a Selic nas alturas ‘atrapalha’ as concessões de crédito e os investimentos na economia, e que ‘não há justificativa’ para que ela permaneça no atual patamar. Sem confrontar diretamente Campos Neto, como seu chefe, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende maior ‘coordenação entre as políticas fiscal e monetária.
Enquanto a celeuma federal está longe de terminar, a percepção de analistas é de que a continuidade, sem previsão, do aperto monetário, além de encarecer o crédito, estaria ‘desacelerando’ a economia.
Ao mesmo tempo, levando em conta a tendência de alta do IPCA, projetada pelo Boletim Focus para este ano, o Copom, em sua última reunião, em março último, admitiu até elevar, ainda mais, a Selic, caso seja frustrada a expectativa inicial de queda da inflação. Nesse rol de fatores, seriam incluídos, o aumento dos gastos públicos e as incertezas fiscais, que persistem, por parte da atual gestão do país.
Tais incertezas, porém, também se estendem ao arcabouço fiscal – em lugar da regra anterior, do teto de gastos – apresentado pelo Executivo, quando este foi encaminhado ao Congresso Nacional, a despeito do ‘elogio público’ feito pelo presidente do BC ao ‘esforço da equipe econômica’.
Embora Campos Neto tenha reiterado que “o Brasil tem mantido a meta de inflação, a maior parte do tempo, dentro da banda, a exemplo de outros países, com sete estouros em 24 anos”, o fato é que os indicadores mostram uma inflação cada vez mais distante de tais metas. Para este ano, o IPCA projetado hoje (2) para este ano é praticamente o dobro (6,05%) da meta fiscal (3,25%) de 2023.
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