Corte de produção de aço adiado ‘turbina’ avanço do minério

Consolidando o segundo ganho semanal seguido, os contratos futuros de minério de ferro exibiram alta, na sessão desta sexta-feira (18), como reflexo do ‘alívio’ com o ‘adiamento’ do corte da produção de aço pelas maiores siderúrgicas na província chinesa de Hebei, a despeito de reiteradas incertezas quanto à demanda de longo prazo no gigante asiático.

Como resultado, a commodity mais negociada para janeiro na bolsa de mercadorias e futuros de Dalian (China) subiu 2,94% a 771,5 iuanes ou US$ 105,87 por tonelada, caracterizando o sétimo avanço consecutivo. Ao mesmo tempo, o insumo siderúrgico para setembro na bolsa de Singapura teve valorização ‘discreta’ de 0,8% a US$ 106,5 a tonelada.

Nas negociações overnight, os contratos futuros do produto em Singapura cresceram 5,1%, e avançaram 3,5% em Dalian.

Em nota, o National Australia Bank avalia que “os preços do minério de ferro subiram fortemente com as notícias de que as siderúrgicas em Hebei ainda não implementaram cortes de produção”, acrescentando “que se mantém cauteloso com as perspectivas para 2023, já que a produção de aço da China deve ser limitada aos níveis de 2022”. No campo do comércio exterior, os estoques da matéria-prima siderúrgica foram pressionados pelo recuo das exportações da Austrália e do Brasil, admitiu, em nota, o banco australiano ANZ.

Também influiu nas cotações da commodity o fato de os estoques de finos de sinterização de minério de ferro importados pelas 64 siderúrgicas chinesas terem encolhido para 8,7 milhões de toneladas, em 16 de agosto, o que corresponde a um declínio de 2,1% em relação à semana anterior e 31% inferior, no comparativo anual.

Prevendo o maior controle de produção de aço, algumas usinas do país mandarim decidiram ‘desacelerar’ a compra de minério de ferro, apontou a consultoria Mysteel Global.

Outro dado do setor foi dado pelo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, ao revelar que o minério com teor de 62% de ferro concluiu a sessão de hoje (18) com alta de 0,51% a US$ 109,35 a tonelada no mercado à vista. Devido a este desempenho, o insumo siderúrgico acumula queda de 6% em agosto corrente e recuo de 6,8% no ano.