Conecte-se conosco

Economia

Crise mundial deve afetar investimentos estrangeiros diretos no Brasil

Alerta foi lançado pelo FMI, que prevê queda de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) mundial

Publicado

em

O agravamento das tensões geopolíticas (vide guerra provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia) fez com que os investimentos estrangeiros diretos (IED) tenham sido direcionados para mercados ‘mais seguros’ ou para nações amigas, o que deve exercer forte impacto sobre as economias de países emergentes, ante um cenário marcado por juros elevados e fortalecimento do dólar.

O alerta foi lançado, na quarta-feira (5), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), ao estimar  que a queda dos investimentos diretos deverá acarretar um recuo de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e uma redução de 50% nos fluxos de investimento, voltados a países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, afetando, também, gigantes como a Índia e a China.

Em relatório, o FMI explica que as economias emergentes e em desenvolvimento ‘tendem a sentir mais os efeitos de uma realocação de IED, uma vez que os investimentos estrangeiros diretos têm origem em nações desenvolvidas, que estão próximas umas das outras”.

Apesar de admitir que grandes economias emergentes, como a indiana e a chinesa, estão sujeitas a ‘perdas severas’ de produção no longo prazo, por conta da referida realocação de IED, o Fundo ressalva que  nações mais avançadas também não estariam ‘imunes’ à crise de investimentos, “o que demandaria, por parte dos formuladores de políticas, o equilíbrio de suas motivações estratégicas, que tendem a dar preferência por fazer negócios ‘em casa’ ou com ‘países amigos’”.

Em sua análise, o FMI igualmente reconhece que o conjunto de fatores formado pelas interrupções na cadeia de suprimentos, crescentes tensões geopolíticas, efeitos pandêmicos da covid-19 ou a guerra na Ucrânia, tendem a ‘remodelar’ a geografia do IED, afetando, em consequência, a economia mundial.

Segundo os autores do estudo do FMI, JaeBin Ahn, Ashique Habib, Davide Malacrino e Andrea Presbítero, “o grupo de países particularmente vulneráveis inclui algumas grandes economias de mercados emergentes como Brasil, China e Índia, mas também várias outras, sugerindo que a fragmentação do IED provavelmente será um problema para um grande conjunto de países”.

Atualmente, o Brasil é o sétimo destino preferencial dos investidores externos, que buscaram países emergentes para alocação de seus recursos, no ano passado, conforme atesta o ranking da consultoria internacional Kearney. Embora seja o melhor colocado na América Latina, o Brasil perde em atratividade perante nações como a China, Índia, Emirados Árabes Unidos, Catar, Tailândia e Arábia Saudita.

Apesar de começar forte neste início de ano, o ingresso de IED no país acabou ‘perdendo fôlego’ ao receber US$ 6,5 bilhões em fevereiro último, o que representa um ‘tombo’ de quase 40% em relação aos US$ 10,8 bilhões registrados em igual mês de 2022, segundo apontam dados do Banco Central (BC). Já em janeiro, a economia nacional teria recebido um aporte maior, de US$ 6,9 bilhões.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

Publicidade
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

MAIS ACESSADAS