Finanças
Crise sem fim penaliza mais poupança dos vulneráveis
Conclusão é de estudo do FGC sobre a trajetória do rendimento das cadernetas
A persistência da crise econômico tem produzido efeitos perversos, sobretudo para aplicações tradicionais, como a poupança, que experimentou, nos últimos meses, uma montanha russa. Depois de exibir uma captação líquida de R$ 120 bilhões em 2020, a aplicação este ano apresenta um saldo de resgates líquidos de apenas R$ 20,6 bilhões.
Saques profundos – O aspecto perverso dessa trajetória pode ser observado pelos dados do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – responsável por segmentar os recursos, por volume depositado nas contas do gênero – pelo qual fica claro que os saques têm sido muito mais ‘constantes e profundos’ àqueles que dispõem de menos recursos.
Combinação perversa – Como pano de fundo para esse cenário difícil, o estudo do FGC mostra que a combinação perversa entre inflação elevada e alta de juros, “impactam diretamente as classes de menor renda, em especial o orçamento das famílias, à medida que a carestia torna menos acessíveis itens de consumo básico.
Equilibrar é preciso – O professor de Finanças do Insper, Ricardo Rocha, por sua vez, explica que “nos períodos em que as pessoas se apertam, se identificam os movimentos de resgate, porque precisam equilibrar as finanças pessoais”, ao acrescentar que, para alguns setores, a pandemia é muito dramática, porque só está recuperando emprego quem está mais qualificado”.
Auxílio oportuno – Além disso, o estudo do FGC sugere que o aumento da arrecadação se deve, em grande parte, à distribuição do auxílio emergencial, em que as faixas de contas com saldos entre R$ 0,01 e R$ 5 mil foram as que receberam o maior volume de depósitos líquidos, nos meses de abril e maio de 2020, período do início do pagamento do benefício às famílias mais vulneráveis.
Disparate social – Nos meses citados, aportes líquidos da base da pirâmide da caderneta variaram de R$ 11,2 bilhões a R$ 13,2 bilhões. Em contrapartida, os mais ricos – contas acima de R$ 100 mil – as captações oscilaram entre R$ 9,6 bilhões e R$ 9,2 bilhões.
Captação positiva – Já no segundo trimestre deste ano (2T21), os aportes líquidos voltaram em volumes menores que os de 2020, quando todos os meses apresentaram captação positiva, totalizando entradas líquidas de cerca de R$ 4 bilhões nas contas até R$ 5 mil.
Ganho ‘engolido’ – A discrepância entre faixas de renda, do topo à base piramidal fica patente com dados adicionais do FGC, em que aquela com mais recursos (saldos acima de R$ 100 mil), registrou aplicações líquidas positivas contínuas de janeiro de 2020 a agosto de 2021 no montante de R$ 102 bilhões, enquanto a base respondeu por um saldo extra de R$ 9 bilhões, em igual período. Até mesmo o avanço da taxa básica de juros (Selic), hoje em 6,25% ao ano – que responde por 70% da rentabilidade das cadernetas – foi ‘engolido’ pela escalada da inflação.

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